Pílulas gramaticais (Dezembro de 2024)

Na lista dos erros mais comuns cometidos no uso do idioma português, eis mais seis casos:

Andou por todo país.

O correto: Andou por todo o país.

A explicação: “todo o” e “toda a” é que dão a ideia de inteiro/inteira. Exemplos: Andou por todo o país (pelo país inteiro). Andou por toda a cidade (pela cidade inteira). Todo o elenco foi demitido (o elenco inteiro foi demitido). Toda a tripulação foi responsabilizada (a tripulação inteira foi responsabilizada).

                                                                                      *

Todos amigos o cumprimentaram.

O correto: Todos os amigos o cumprimentaram.

A explicação: na forma plural, é indispensável o artigo “os” ou “as”. Exemplo: Ele convidou todos os amigos. Todos os eleitores se equivocaram. Era difícil descobrir todas as contradições do texto.

                                                                                      *

Maria trabalhava ali há muito tempo.

O correto: Maria trabalhava ali havia muito tempo. Ou: Maria trabalhava ali fazia muito tempo.

A explicação: as formas verbais “havia” e “fazia” acompanham a forma verbal “trabalhava”, que pertence ao pretérito imperfeito do verbo trabalhar.

A frase proposta estaria correta se fosse escrita assim: “Maria trabalhou ali há muito tempo” ou “Maria trabalhou ali faz muito tempo”.

Se invertermos a ordem dos termos que compõem o texto, o leitor entenderá melhor o porquê de tal regra:

Havia muito tempo (que) Maria trabalhava ali. Fazia muito tempo (que) Maria trabalhava ali.

Há muito tempo (que) Maria trabalhou ali. Faz muito tempo (que) Maria trabalhou ali.

                                                                                     *

Não se o diz.

O correto: Não se diz isso.

A explicação: é um erro juntar a palavra “se” com os pronomes o, os, a, as. É grave erro, portanto, escrever: fazendo-se-os, não se o diz etc.

                                                                                     *

Acordos políticos-partidários.

O correto: Acordos político-partidários.

A explicação: nos adjetivos compostos, só o último elemento varia. Exemplo: bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

                                                                                     *

Menino prodígio, país membro e usina piloto.

O correto:  Menino-prodígio, país-membro e usina-piloto.

Com a vigência do novo VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), aprovado pela Academia Brasileira de Letras, o entendimento modificou-se e, agora, os termos citados, que antes eram grafados sem hífen, escrevem-se da forma indicada.

Dúvidas de natureza ortográficas podem ser solucionadas via on-line por meio de consulta ao VOLP. Para acessá-lo, clique neste link - https://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario?sid=23



Comentário

0 Comentários