Newton Boechat

Newton Boechat, orador e médium espírita conhecido nacional e internacionalmente, nasceu em Apiacá, cidade do Interior do Estado do Espírito Santo, bem próximo à divisa com o Estado do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1928 e desencarnou em 1990.

Foram seus pais Ciodomiro Lemgruber Boechat e Himbelsa Boechat. Recebeu as primeira letras em sua terra natal, passando a estudar, a partir dos 10 anos de idade, em Santo Antônio de Pádua, no Estado do Rio, onde concluiu o curso secundário. O Espiritismo, a essa altura, já fazia parte de sua existência, pois seu avô, Júlio Boechat, tinha fama na região pelas curas que efetuava, sendo notáveis as reuniões mediúnicas que dirigia, com comunicações psicofônicas e doutrinação de Espíritos.

Por volta dos 17 anos mudou-se para Belo Horizonte, quando iniciou estudos na área das línguas neolatinas, em nível superior, graduando-se quatro anos após. Através de concurso público foi admitido no antigo IAPETEC, hoje incorporado ao INSS.

Em Belo Horizonte fez amizade com vários membros atuantes do Movimento Espírita, tais como César Bumier, de quem se tornou grande amigo, Rubens Romanelli, Henrique Rodrigues, Camillo Chaves, iniciando visitas que se tomaram constantes a Pedro Leopoldo, quando conheceu Chico Xavier e o Dr, Rômulo Joviano. Nessa época, também, passou a falar constantemente nas reuniões públicas do Centro Espírita Luiz Gonzaga, enquanto o famoso médium mineiro recebia, por psicografia, as mensagens. Revezava-se, nesse mister, com Henrique Rodrigues, ficando a dupla de oradores e grandes amigos conhecida como “Cosme e Damião do Espiritismo”. Durante o período de estudos, em Belo Horizonte, fundou, com grande dificuldade financeira, um jornal, em parceria com Gustavo Pancrácio, intitulado “A Luz do Mundo”. Esse jornal, contudo, não passou de 7 edições, mas nele foi publicada uma entrevista feita por Boechat com Pietro Ubaldi.

Por volta de 1956 pediu e obteve transferência para o Rio de Janeiro, onde ficou até aposentar-se. Trabalhava também como tradutor juramentado, traduzindo textos em francês, que conhecia como poucos. A partir daí intensificou conferências por todo o Brasil, fora as inúmeras participações em reuniões mais íntimas e informais, as chamadas “reuniões do lar”, às quais comparecia, em casa de numerosos amigos, sempre expondo seus pensamentos com palavra clara e didática impecável, maravilhando os que o ouviam. Obviamente, destacava-se-lhe a memória prodigiosa, citando com exatidão o versículo, o capítulo, a página, o livro. Conhecia tudo de memória. Após sua desencarnação, nenhum livro foi encontrado em sua residência. Ele os dava aos amigos, após lê-los. O de que precisava, gravava no cérebro privilegiado.

A mediunidade mais ostensiva começou a se lhe manifestar no início da década de 1970, com o surgimento de vidência e audição espirituais. Por sua faculdade mediúnica vieram diversos poetas, como Azevedo Cruz, Auta de Souza, Lobo da Costa, Augusto do Anjos etc.

Viajou por diversos países da América do Sul, tendo feito palestras no Paraguai, Uruguai, Argentina e também na Europa, em fins da década de 1970, quando falou em Portugal, Espanha, Itália e França. Ao todo, realizou cerca de 7.000 palestras em todo o Brasil, conhecendo e se tomando amigo de espíritas em diversos municípios brasileiros. Nada o detinha nessa missão.

Desencarnou, subitamente, em 22 de agosto de 1990, com muitos planos em mente, livros já delineados, no auge do entusiasmo. Deixou extensa sementeira luminosa de realizações e amizades e a promessa, manifestada após a desencarnação, de continuar as tarefas e voltar para cultivar, em espírito, as sementes que tão bem soube plantar.

Seu corpo foi sepultado no dia 23 de agosto, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Rio de Janeiro, tendo comparecido ao local diversos familiares e inúmeros amigos.

Fonte: https://www.febnet.org.br/portal/2019/07/02/biografias/



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