Meu cérebro, minhas escolhas... - Arnaldo de Camargo

Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere se movimentar. Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais. Suas leituras definem os seus sentimentos.
André Luiz (Chico Xavier) – Agenda cristã - FEB

Nasce uma criança. Eu renasço no parto para a vida terrena, que é uma viagem, onde todos estamos de passagem. Nascerá um mundo novo, ou continuaremos atrelados ao nosso passado cheio de preconceitos, vícios e defeitos morais? Ou iremos construir um edifício de sabedoria, amor e paz?

Acredito que controlamos boa parte da nossa vida, vamos dizer 50%, e os restantes (a metade) são determinados pelo nosso destino e pelas leis sábias e justas da Direção Divina, também fruto de nossas existências passadas.

Sempre há a possibilidade de um novo roteiro. Roguemos ao Senhor, Sábio dos Sábios, que colore com tintas vibrantes tanto o amanhecer como o pôr do sol, que afaste de nós o comodismo, a preguiça, a depressão, o medo, a insegurança e a dúvida nas lutas da vida, fortalecendo nossa fé e concedendo energia física e espiritual nessa caminhada.

Tenhamos a convicção de que Deus nos conhece, Ele vê nossas motivações e desejos e, ainda que não percebamos essa presença, por certo, o Pai nos guia e nos guarda quando nos envolvemos no campo do bem e da fraternidade aos semelhantes em cada dia.

Do nosso coração nascem os pensamentos que se transformam em palavras e seguem como os voos dos pássaros na direção de nossas realizações. Que eles sejam de luz, amor e sabedoria.

O neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, em entrevista à revista Poder, ao ser indagado sobre o que fazer para melhorar o cérebro, responde que “nós temos de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto”.

O médico Dráuzio Varella comenta e indaga a um especialista em dependência química: “Quem está de fora dificilmente entende o comportamento do adicto (escravo do vício). ‘Esse cara, em vez de estar namorando, indo ao cinema, estudando, fica cheirando cocaína ou fumando crack’, é o que normalmente todos pensam. Isso dá a sensação de que o outro é fraco, com comportamento abjeto, digno de desprezo. Quem está passando por isso, vê a realidade de forma diferente?”

O doutor Ronaldo Laranjeira (psiquiatra e professor da UFSP) esclarece: “Na verdade, essa pessoa está doente. Seu cérebro está doente, com a sensação de que não existe outro prazer além da droga. Isso acontece também com o cigarro, uma fonte preciosa de prazer para os fumantes que adiam a decisão de parar de fumar por medo de perdê-la”.

De fato, 30% dos fumantes, logo depois que se afastam da nicotina, apresentam sintomas expressivos de depressão e precisam ser medicados com antidepressivos.


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME.



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