Juquinha - Cornélio Pires

Noite alta... Por fora de um telheiro,
O pequeno Juquinha morre ao vento...
Enjeitado e sozinho...Está sedento,
Nas aflições do instante derradeiro.

Lembra os dias de humilde jornaleiro,
Pensa vender noticias ao relento,
Geme e delira, olhando o firmamento.
Nisso, aparece um jovem no terreiro...

Vem de manso e convida: - “Vem , Juquinha!...”
O pobre larga o corpo a que se aninha...
-“Quem é você?” – pergunta, ri-se e chora!...

-“Sou Jesus!...” – diz o moço, ao dar-lhe o braço...
E os dois sobem na luz do imenso espaço,
Numa estrada de lírios cor da aurora!..
 



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