Desencarnando antes do tempo - Jorge Leite de Oliveira

Salve, amigos!

Nesta época de pandemia, muitas pessoas estão desencarnando antes do tempo. Duvidam?

Maricota, por exemplo, estava com 50 anos de idade. Foi programado, antes de seu renascimento, nova existência, no corpo físico, até seus 80 anos; entretanto, meses após o surgimento da pandemia do coronavírus, por morar em casa espaçosa, promoveu festas com amigos e familiares sem quaisquer cuidados higiênicos. Resultado, contraiu o vírus e, em poucos dias, veio a óbito.

João das Couves, contrariando decreto do governo para o uso de máscaras e álcool a 70%, em contato com o público, não usava máscara em seu comércio de água de coco. Resultado, um cliente espirrou próximo ao seu rosto, quando acabara de fazer sua compra, e João adoeceu, falecendo após um mês de entubado. Se se cuidasse, viveria mais trinta anos.

Os jovens Cássio e sua irmã Catilanga, com 20 e 21 anos, respectivamente, tanto participaram de baladas ao vivo, contrariando decreto da prefeitura local, que faleceram após três meses de internação hospitalar. No entanto, se não se expusessem desse modo, ainda viveriam mais 60 a 70 anos.

Há casos, entretanto, em que outras são as causas da desencarnação. É o que lemos na obra de autoria do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo Pereira Franco, que fez 94 anos de proveitosa existência no dia 5 do mês corrente. Cita Miranda, na obra intitulada Entre dois Mundos, que D. Lucinda, segundo lhe informou o Espírito José Petitinga, teve desencarnação antecipada por decisão dos benfeitores espirituais. Ante a estranheza do amigo Miranda, Petitinga esclareceu-lhe:

"É natural que produza estranheza, quando se acom­panha um processo desencarnatório promovido pelos espí­ritos-guias. Isso, porém, não constitui exceção. Há maior número de processos libertadores provocados pelos anjos da guarda do que se tem notícia na Terra. O amor não é co­nivente com o erro. Diante de determinadas situações graves, quando podem esfacelar-se labores cuidadosamente traba­lhados ou periclitam decisões importantes, como resultado das torpezas humanas, a interferência dos programadores da reencarnação, interrompendo-a, torna-se necessária, a fim de serem recambiados ao lar aqueles que antes foram conduzidos ao processo experimental (op. cit., cap. 10: Discussões oportunas sobra a desencarnação)."

Mais adiante, Petitinga continua suas importantes informações, que nos servem de alerta em relação aos nossos pensamentos negativos:

"Não é raro notar-se, em verdadeiros apóstolos do amor e da caridade, reações humanas desconcertantes, quais o ciúme, a mágoa, quando não acolhidos ou desafiados por ou­trem, que não concorda com as suas ideias, ou se ressentem com outros que lhes parecem competidores (op. cit., loc. cit.)."

O Espírito Germano, compartilhando do diálogo, cita um dos inúmeros casos em que a Espiritualidade superior interfere no retorno ao mundo espiritual de alguém que já possua grandes méritos. Diz Germano que um missionário do amor e do conhecimento retornou à espiritualidade quando já desempenhara grande parte da missão que lhe fora atribuída antes de sua reencarnação cujos resultados em benefício da sociedade humana já se faziam presentes. Eis a história:

"Desincumbia-se muito bem do compromisso, arrostando todas as consequências da sua decisão de ser fiel ao dever assumido. O orgulho não o perturbara, nem as calúnias o desanimaram. O veneno do ódio não encontrou campo para instalar-se-lhe na mente nem no sentimento nobre. As perseguições tornaram-se-lhe estímulo para o prosse­guimento. No entanto, quando percebeu a proximidade da morte, pôs-se a elaborar projetos e diretrizes que, não obstante fossem muito importantes, poderiam desvirtuar o conjunto do trabalho, que sempre acompanha a marcha do progresso, não devendo ficar atado a programas estatutários rígidos. Em cada época o processo da evolução faculta as atribuições compatíveis para o desenvolvimento dos ideais, que devem permanecer abertos às naturais contribuições da cultura e da experiência. Porque o risco de mudança de diretriz viesse ocorrer, abrindo espaço para novas surtidas na obra que não era dele, para o seu e o bem do trabalho, foram tomadas providências em altas esferas, a fim de que retornasse antes do tempo, sem qualquer prejuízo para o ministério concluído com grande êxito (op. cit., loc. cit.)."

Isso me faz refletir sobre a pergunta de Allan Kardec, contida n'O Livro dos Espíritos, número 459:

"Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais, pois frequentemente são eles que vos dirigem".

Vivemos entre dois mundos: o espiritual e o físico. Mas se, como também os Espíritos nos informam, o mundo espiritual preexiste ao físico, é neste que realizamos, como estagiários, a maior parte de nossos esforços evolutivos, em busca da perfeição. Desse modo, deixo aos amigos leitores um último conselho, para que não desencarnem antes do tempo: Cuidem-se! 



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