Base da regeneração - Rogério Coelho

“Se tivéssemos a fé do tamanho de um grão de mostarda, nada vos  seria impossível."  - Jesus (Mt., 17:20)

Uma das três virtudes teologais, a fé - mãe da esperança e da caridade - é a base da regeneração. Por isso, é preciso tornar essa base forte e durável para sustentar a  construção  do  edifício  de  nossas   inabaláveis convicções.

Fácil confundir a fé com presunção sempre que a isolamos da humildade. A presunção é irmã do orgulho e desdobra-se sempre em lamentáveis malogros e decepções  em  quem lhe dá guarida...

A fé se conjuga à  humildade  e  pressupõe absoluta  e irrestrita confiança em Deus o que enseja  o  auxílio dos bons Espíritos em quem a possui nessa condição.

Por isso, Kardec afirma(1): "(...) a fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque,  tendo  seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado”.

A fé cega d`antanho  é  responsável  pelo contingente  de  incrédulos  de hoje.  Já  a  fé  facultada  pelo Espiritismo  -  por  ser racional  -  triunfa  da  incredulidade, postulando ser "inabalável a fé que olha de frente a razão  em todas as épocas da humanidade", porque se assenta nos fatos e  na lógica e não deixa nenhuma obscuridade.

Segundo José, o Espírito Protetor(2), "(...) para ser proveitosa, a fé tem que ser ativa; não  deve entorpecer-se. (...) inspiração divina, a  fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. (...) A fé sincera é empolgante e contagiosa.  Comunica-se aos que não na tinham, ou mesmo, não desejariam tê-la.  Deve  ser pregada não só com palavras persuasivas que vão à alma, mas  pelo exemplo das obras, pela esperança firme que gera a confiança  que fortifica  e  põe a criatura em condições de enfrentar  todas  as vicissitudes da vida”.

Resume, então, José, em empolgante peroração: "tende, pois, a fé com o que ela  contém  de belo  e de bom, com a sua pureza, com a sua  racionalidade.  Não admitais  a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai  a Deus, mas sabendo por que O amais; crede nas Suas promessas,  mas sabendo por que acreditais nelas; segui os nossos conselhos,  mas compenetrados  do  fim  que vos apontamos e  dos  meios  que  vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimentos: os milagres são obras da fé”.

A Seu tempo Jesus afirmou  que  poderíamos fazer  tudo  que  Ele fazia e  mais  ainda, se quiséssemos. Devemos, portanto, persuadir-nos da imensa energia ínsita em cada um e passarmos a desenvolver esse potencial que, em última análise, é  uma faculdade humana suscetível de ser colocada em ação para produzir o que antes era até mesmo chamado de prodígio.

A fé é mãe da esperança, porque quem a possui haure nela a certeza da felicidade sem mescla que o espera no futuro espiritual, obtendo, assim, a força de rentear a todas as vicissitudes, permitindo caminhar na certeza de alcançar o objetivo visado.     

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1 - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XIX, itens 3 a 6.

2 - Idem, ibidem,  cap. XIX, item 11.



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