A programação dos que retornam ao mundo

Como já dissemos várias vezes, divulgar os ensinamentos espíritas constitui, efetivamente, uma tarefa importante e mesmo prioritária, pelos benefícios que o conhecimento da doutrina espírita traz às pessoas que com ela tomam contato.

Uma nova visão da morte e da vida, eis um fator importante que pode ter consequências diretas no modo como as pessoas se comportam neste curto período que passamos no mundo e que vai do berço ao túmulo.

Por que vivemos?

Qual o objetivo de nossa passagem por aqui?

Por que uns morrem tão cedo e outros passam anos presos a um leito?

Que espera de nós o Criador da vida e das coisas?

Dos assuntos tratados pelo Espiritismo, um em especial deveria ser objeto com maior frequência de nossas conversas e palestras. Referimo-nos à chamada programação reencarnatória.

A duração de uma existência corporal, a profissão a ser exercida, a família, os ascendentes, os descendentes, as provas de natureza material, as provas morais, eis tópicos que formam, como sabemos, a programação de uma pessoa que retorna ao cenário do mundo, um fato que não deveria causar surpresa alguma, uma vez que em nossas relações cotidianas o planejamento há muito passou a ocupar um lugar importante.

Decidimos, por exemplo, passar um período de férias no litoral paulista. Onde ficaremos? Utilizaremos um imóvel alugado ou emprestado? Em que dia partiremos? Quanto tempo estaremos fora? Iremos de ônibus ou de carro? Quando se dará nossa volta? Os recursos financeiros serão suficientes? Na cidade para onde vamos há agência bancária?

Todas as perguntas apresentadas e as respectivas respostas compõem um rol que nada mais é do que um singelo plano de férias. E observe o leitor que se trata de uma simples viagem que durará certamente menos de 30 dias!

A reencarnação, ou seja, o retorno de alguém a uma existência corpórea, é, ao contrário disso, uma longa viagem cujo objetivo não é, como no exemplo mencionado, curtir férias. Trata-se de algo mais profundo, com metas psicológicas e objetivos complexos, que envolvem um grupo grande de pessoas, cujos destinos estão, por assim dizer, entrelaçados.

É a isso que chamamos programação reencarnatória, que, evidentemente, como todo plano, pode sofrer modificações de percurso, como é mostrado num dos casos relatados na obra de André Luiz.

Segundo esse autor, uma família bem simples, casal e quatro filhos, passou, de repente, a enfrentar uma dura provação com o falecimento por suicídio do chefe da casa. Como os suicídios não fazem parte de nenhuma programação, a evasão daquele pai causou uma dificuldade inesperada para a esposa e as crianças, o que tornou necessária para aquelas pessoas a revisão do programa, ou seja, uma reprogramação, em que é notória a participação dos protetores espirituais que velam pelas famílias, como a Igreja sempre ensinou com suas referências aos chamados anjos de guarda.

À vista da programação reencarnatória de uma pessoa, fica fácil, então, responder às questões acima postas:

Qual o objetivo de nossa passagem por aqui?

Por que uns morrem tão cedo e outros passam anos presos a um leito?

Que espera de nós o Criador da vida e das coisas?



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