Recordando o amigo Divaldo Franco

Amigos, leitores. Eu não pensei duas vezes. Aceitei o convite de duas pessoas na mesma semana de agosto.  Pensei comigo... O Espírito sopra onde quer... e coincidências não existem. E gostei muito do que me foi pedido, meus queridos amigos leitores já de longa data das minhas crônicas, que escrevo desde o ano de 2006, ininterruptamente.  Fico feliz que gostem da leitura, por isso me esmero em trazer sempre alguma boa redação que informe o que vai no meu coração.

Imagine que com esse convite para participar de live em espanhol em duas datas futuras e outra em português ainda sem data, eu teria de preparar algo bem interessante. Na realidade, os amigos aqui são os primeiros a saber algumas recordações.

O domingo amanheceu radiante, neste verão europeu. Para os que acompanham a meteorologia europeia, estão sabendo que tem dias que chegamos aos 32 graus, e a noite se mantém, muitas vezes, em 23 graus centígrados...

Então, para melhor trazer a memória a funcionar, é sempre bom de manhã cedo.  Acordei, o breakfast com café cheiroso, crumpets, um tipo de bolacha de goma que se esquenta e come-se com queijo ou geleia de laranja, que aqui se denomina marmalade. Isso mesmo:  é de laranja, mas aqui se chama marmalade.  Coisas da cultura e iguarias europeias.

Nesta manhã, montei a bandeja de colo, almofadada em baixo, para se ajustar ao me sentar no sofá, pedia à Alexa, Classical FM Rádio, e passei a saborear o momento, buscando nos arquivos da mente os fatos interessantes que pude vivenciar com Divaldo Franco, ao longo destes 32 anos de amizade, quando o encontrei pela primeira vez em Curitiba, em uma situação muito importante para mim.  Antes somente o via em palestras, estando eu e meu esposo entre a audiência de algumas mil pessoas.

Era o início do ano de 1992 e eu já estava trabalhando na Federação Espírita do Paraná, a convite de Napoleão de Araújo, então presidente da FEP. Passei a dirigir o Departamento Assistencial Espírita da FEP, assessorada pelo querido amigo Góes, que provavelmente os leitores já conhecem. No final do mesmo ano, Napoleão veio com outro convite, já aprovado pela Diretoria da FEP, para que eu assumisse a Fundação Hildebrando de Araújo, da FEP, como sua primeira presidente.  Pude conciliar as atividades com muita dedicação, tendo bons resultados.

No ano seguinte, 1993, recebi da Presidência da FEP uma tarefa, muito especial para mim, inacreditável mesmo, um sonho que viria a se realizar. Naquela época, o que hoje se denomina Conferência Estadual Espírita, era o Fórum Espírita, ou algo do gênero.  Sob minha responsabilidade, atender o Divaldo, desde a sua chegada ao aeroporto Afonso Pena em São José dos Pinhais, levá-lo a Curitiba, casa de dona Neuza, onde ele costumava se hospedar. Na sequência, levá-lo para a FEP, para o local do evento, Colégio Lins de Vasconcellos, e todas as atividades possíveis, estar ao lado de Divaldo, cuidando de sua privacidade etc.

Na noite do primeiro dia de evento, sentei-me bem à frente da mesa diretora, onde se sentavam os presidentes da FEB e Divaldo. Ao final da palestra, já tinha sido instruída a levantar-me e me colocar na cadeira ao lado de nosso Divaldo, enquanto a fila se formava para os cumprimentos de mãos. Essa tarefa foi uma das mais importantes que pude ter na minha vida, pelos aprendizados com Divaldo, os diálogos enquanto eu dirigia, as oportunidades iluminativas que ganhei e que me fortaleceram muito para assumir, anos mais tarde, o trabalho em terras de além-mar.


Elsa Rossi, escritora espírita radicada no Reino Unido, é presidente do Allan Kardec Study Group-Centre for Spiritist Teachings e da União das Sociedades Espíritas Britânicas – BUSS.



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