O tempo não desfigura a beleza espiritual - Marcos P. de Oliveira Santos

O tempo é o grande médico do coração. Sábio, por excelência, ele responde as lacunas da existência no momento adequado, ou seja, quando estamos imbuídos de maturidade e conhecimento para compreendermos determinadas situações.

Assim, o tempo é o responsável pela nossa condição perene de aprendizes da Vida. Ele nos demonstra que a beleza física é transitória. Ela se desgasta. E, portanto, ancorar-se neste tipo de condição para se estabelecer uma relação é um equívoco. Porque as sensações passam, mas o amor é eterno.

O tempo nos mostra também que os bens materiais são igualmente sujeitos à destruição. Logo, depositar a nossa alegria de viver em coisas materiais constitui imaturidade; falta de bom senso. Aqueles que gastam enorme energia na sovinice se esquecem de que nada levaremos ao mundo espiritual, a não ser as nossas idiossincrasias, as nossas conquistas morais e, também, os nossos defeitos que demandarão corrigenda no momento apropriado.

O professor “Tempo” nos apresenta, na hora oportuna, que as dores d´alma são transitórias e alimentá-las depende da nossa evolução moral e espiritual. Podemos retirar os ensinamentos que nos fizeram engradecer nas situações aparentemente ruins ou nos afixarmos nessas situações desagradáveis e intoxicarmos nosso coração; nossa mente e ocasionarmos, voluntariamente, problemas ao nosso organismo. Tudo depende do tempo e de como encaramos as situações.

Ele é qual as gotinhas da homeopatia…

Ele é paciente!

E o tempo nos demonstra que a importância que dávamos a determinadas situações ou coisas quando muito jovens, não trazem a mais ínfima saudade quando adultos. O olhar é outro. Os valores são outros.

Aprendemos no decurso do tempo a olharmos de modo diferenciado.

A vermos, ainda que palidamente, com o coração, com a alma.

É por estes e outros motivos que a Doutrina Espírita, em seu corpo filosófico, demonstra-nos que devemos ter paciência, darmos um passo de cada vez e compreendermos que, se não lograrmos êxito em determinados objetivos na atual existência, teremos outras oportunidades noutras existências para que possamos atingi-los.

A magna doutrina nos demonstra que por meio do trabalho, do estudo, da reflexão, da consciência das nossas imperfeições e do nosso constante esforço em aparar as nossas arestas haveremos de chegar mais rapidamente ao Sempiterno. Uns mais rápidos, outros mais devagar. Mas todos chegaremos a esse estado de plenitude junto ao Criador. Cada um no seu tempo.

É por isso também que o Espiritismo nos ensina que não devemos violar consciências. Cada um tem o tempo adequado de descobrir e compreender o sentido existencial.

Oxalá, possamos fazer por merecer os profundos conhecimentos espíritas e consigamos apreender que a beleza espiritual não se desfigura com o tempo. Ao contrário, ele a torna mais resplandecente; angelical. Só depende de nós e do que fazemos com o nosso tempo.



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  1. Mensagem objetiva,leve e de grande valor. Gostei.