A exemplo dos girassóis - Roni Maia
O girassol, planta que admiramos tanto, servirá de referência para o nosso artigo[1], em uma correlação com a iluminação espiritual; a sua luta diária pela sobrevivência em plena natureza vem de uma cultura milenar iniciada por índios na América do Norte. Sua movimentação cotidiana em busca da luz inicia-se com os girassóis posicionados para leste, ao nascer do sol, e girando até o oeste, encerrando o ciclo diário quando ocorre o pôr do sol.
O processo levou pesquisadores botânicos a explorar essa rotina; descobriram que existem hormônios de crescimento vegetal que regulam a vitalidade e o crescimento dos caules, por isso a necessidade de luminosidade, como energia. Em experiências em locais pouco iluminados ou sem claridade, constataram o atrofiamento das plantas.
Comparando-se ao ser humano: somos sabedores de que, sem conhecimento edificante, não há progresso moral. O conhecimento é contante e contínuo, não há que se duvidar. Da mesma forma, o sol é essencial à nossa saúde (no sentido biológico), quando penetra de maneira equilibrada em nossa pele, com os devidos cuidados na exposição solar.
Sol é Vida! E torna-se imprescindível à saúde humana, animal, vegetal e de todos os seres vivos na Terra. Para os girassóis a constante luz do astro-rei lhes propiciará a manutenção de seu ciclo vital e a sua subsistência regulada pelo hormônio denominado auxina (substância essencial no crescimento dos vegetais), que faz indiretamente o caule acompanhar a luz solar, uma vez que, concentrada, a auxina estimula a mudança para o outro lado, aquele com mais iluminação, favorecendo que a flor, em formato de bandeja, gire na direção do sol.
Quando a luz acaba no final do dia, o ciclo cotidiano fará a planta retornar para a posição inicial. Assim, os girassóis recomeçariam no dia seguinte a mesma movimentação, denominada de heliotropismo. Esse estágio termina quando os girassóis atingem a maturidade e cessam esse famoso “vaivém”; sobrarão as sementes no final do ciclo vital, para novas plantações.
De modo igual, o princípio inteligente precisará procurar se fortalecer em informações benéficas para se adiantar na escala espiritual – numa analogia, buscar a luz da instrução para se nutrir e crescer espiritualmente. Contudo, existe um detalhe primordial entre o girassol e o espírito: este evoluirá plenamente; após um percurso ascendente, o ser inteligente não retrograda; poderá estacionar, em função do livre-arbítrio, entretanto, a tendência de todos é seguir rumo à plenitude.
Da mesma forma, como os girassóis que se abrem ao sol, o ser imortal – esclarecido e com adiantamento já acumulado – procurará se nortear pelo preceito certo, puro e real rumo ao progresso evolutivo permitido a todos os filhos do Criador, indistintamente. Para tanto, a Terra recebeu Jesus como esse Caminho, Verdade e Vida e ele nos ofertou inúmeras lições enobrecedoras a esse respeito.
A planta, terminado seu biociclo, deixará seus grãos para continuação da espécie. O espírito se renovará em aquisições ético-morais, por meio das inevitáveis vivências, para seu aprendizado particular, na matéria ou no plano extrafísico; no futuro, alcançará o progresso, quando destituído das imperfeições pregressas, após toda a escala percorrida em termos espirituais.
Nossos pedidos em momentos angustiosos à Inteligência Suprema do Universo não serão em vão diante das dores coletivas que acompanhamos, presenciamos e/ou vivenciamos no planeta, precipuamente, em regiões brasileiras assoladas pelos crimes, devastações climáticas ou crises econômicas, porque essa Força Superior às nossas percepções tudo sabe e em tudo nos provê.
Suportar sem queixumes e com destreza os descalabros, confiantes n’Aquele que nos deu a Vida, foi uma das propostas do Mestre Nazareno a todos nós que o seguimos, ao afirmar que ninguém irá ao Pai senão por ele.
Diante disso, nossas súplicas ainda soarão acanhadas, por desconhecermos se realmente poderíamos emiti-las, ao compreender que a justiça divina é branda e nunca punitiva. Ao recebermos, seja o bem ou mal nesta Terra, será para o nosso aprendizado. Daí nossas rogativas soarão vazias se não depositarmos fé no porvir, e também na vida futura que seguirá, seja no plano físico ou invisível.
Como retrata a letra e a tradução da bela e inesquecível canção americana “Over The Rainbow” (“Além do Arco-Íris”), título original, nós seguiremos em busca de lugares ditosos e melhores. Trabalhemos agora por merecê-los, com esperanças renovadas perante o futuro que nos pertencerá, e quando no tempo vindouro as tristezas e as agruras se desanuviarão.
À vista disso, busquemos a luz do esclarecimento salutar, da mesma forma que a natureza faz com que o tempo passe, o vento leve e a chuva lave renovando o meio ambiente, bem como o sol que renasce radiante em novo dia e propicia aos girassóis se firmarem em função de sua luz diária.
Enfim, o princípio inteligente, uma vez iluminado pelas aquisições produtivas, facultar-lhe-á essas centelhas instrutivas através de seu esforço em prol de seu autoaprimoramento.
Roni Ricardo Osorio Maia reside em Volta Redonda (RJ).
[1] Texto adaptado de nossa obra Os girassóis se abrem ao sol (ebook).
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