A estrelinha cadente

Muito tempo atrás havia, no espaço infinito, uma pequena estrela que sonhava em realizar grandes coisas.

A estrelinha observava, com o coração cheio de emoção, suas irmãs maiores e mais belas e desejava ser como elas.

Sonhava em ser como aquelas estrelas que via à distância e que eram tão belas e iluminavam tudo ao seu redor.

Ou como os planetas que, embora sem possuir luz própria, tinham vida e movimento, onde as criaturas aprendiam a ser boas e a amar o próximo, num progresso contínuo e ininterrupto.

Ou como os sóis, que proporcionavam aos planetas condições de vida com sua luz e calor.

Ou mesmo como um humilde farol que ela, olhando lá de cima, via aqui na Terra, e achava tão bonito a indicar o caminho aos navios, para que não se despedaçassem entre as pedras no meio da escuridão.

Mas ela não servia para nada! Era pequena e sua luz mortiça. Sonhava com grandes feitos, grandes tarefas, mas nada podia realizar.

E a estrelinha suspirava, olhando a imensidão de astros que luziam no espaço ilimitado e orava a Deus, Criador de todas as coisas, para que lhe permitisse realizar alguma tarefa, que ela pudesse fazer algo de útil e bom como tudo no Universo.

E um dia, de tanto orar suplicando a ajuda de Deus, com o pensamento emitindo altíssimas vibrações, a pequena estrela sentiu que seu coração se abria num longo hausto de amor. Nesse instante, maravilhada, ela notou que expedia um brilho intenso e que se achava inundada de luz divina. E percebeu também que, se deslocando no espaço, deixava um rastro luminoso.

Em resposta aos seus apelos, a estrelinha teve a suprema ventura de, naquela noite que ficaria indelevelmente gravada nas páginas da História, indicar aos três Reis Pastores o caminho que conduzia ao berço daquele menino que viria para Iluminar o Mundo com seu Evangelho, nascido numa humilde estrebaria, entre as palhas de uma manjedoura singela.

Como a estrelinha, todos nós temos uma tarefa a realizar. Não importa que sejamos grandes ou pequenos, fortes ou fracos, ricos ou pobres. Importa que tenhamos confiança em Deus e boa vontade para auxiliarmos o próximo.

A tarefa pode ser grande ou pequena, importa que seja realizada com amor. E Deus, que é Pai amoroso e bom, nos recompensará os esforços atendendo nossos apelos.

Tia Célia



Comentário

0 Comentários