Vida imortal
“... Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus de Jacó? Ora, Ele não é Deus de mortos, mas sim, de vivos.” - Mateus, cap. 22, v. 31a 32.
No mês de novembro, mês de lembranças maiores daqueles que amamos e já partiram. Nunca os esquecemos. Continuam amados. Convencionou-se essa lembrança nesse mês, mas eles vivem em nossos corações todos os dias, sempre, porque o amor é imortal.
Diz Joanna de Ângelis, no livro Oferenda, psicografado por Divaldo P. Franco, que a mais pungente dor moral, pertinaz e profunda é a que decorre pela separação imposta pela morte física.
Pede ela que não nos rebelemos ante as conjunturas da morte, que nos separou momentaneamente dos seres a quem amamos e que tal circunstância não será definitiva. Que tenhamos paciência e esperemos, preparando-nos para o reencontro, que logo mais se dará.
Nossos afetos nos aguardam, esperançosos, diz ela. Que não os decepcionemos com a revolta ou com o desespero injustificado. Eles vivem, como também viveremos.
Na questão 934 de O Livro dos Espíritos, os espíritos dizem que o desgosto pela perda de pessoas queridas, atinge tanto o rico quanto o pobre: é uma prova ou expiação, e a lei comum. Mas que é uma consolação poder nos comunicar com os nossos amigos, pelos meios que temos, ou seja, a comunicação através dos meios mediúnicos, ou até mesmo em sonhos.
A vida continua e essa certeza nos conduz firmes, para o reencontro que um dia virá.
As dores na Terra estão vigendo, desde a choupana ao palácio. Todos passam por ela e temos que ter resignação para a vitória.
Ninguém pode dizer que é vitorioso se ainda está encarnado no planeta. Saberemos depois.
No mês de novembro, quando reverenciamos os que partiram, vamos lembrar a todos representando-os na figura memorável de Jerônimo Mendonça, “O Gigante Deitado”.
No mês de novembro contam-se 35 anos de sua desencarnação. Nasceu e desencarnou em novembro, nascimento em 1 de novembro de 1938 e desencarnação em 26 do mesmo mês, em 1989.
Esse espírito corajoso colhe hoje no mundo espiritual a beleza de sua vitória na Terra.
No mundo passou por dores exacerbadas, paralítico num leito, sem mover nada de seu corpo, retido numa cama, cego, sem olhos, usando óculos escuros, um homem verdadeiro, capaz de pensar nos outros, consolá-los, alegrá-los, mais do que em si mesmo.
Há trabalhos com o nome de Jerônimo Mendonça em diversas cidades do Brasil, do sul ao nordeste do país.
Conseguiu ele tornar sua vida um canteiro de bênçãos para os que puderam estar com ele, serem atendidos por ele, ou conhecerem sua vida. O livro O Gigante Deitado levou o seu nome para o Brasil e mundo afora.
Mais de 30 anos paralisado no seu leito. Nunca teve “escara”, que são aquelas úlceras de pressão, de quem fica deitado muito tempo na mesma posição, acamado. Ele ficou todos esses anos e nunca teve nenhuma, por mérito seu.
Era repentista, fazia trovinhas, poesias, cantava e falava da beleza da vida e de Deus.
Seu nome será muito lembrado em novembro, na cidade de Ituiutaba, Mg, onde viveu.
Uma luz intensa. Soube ser vitorioso, expressando alegria, resignação e trabalho, mesmo no leito. Quem o vê agora, desencarnado o vê uma luz.
É dele a poesia, que há alguns anos aqui já colocamos, mas que vem à tona, devido à sua lembrança neste mês e dos nossos entes queridos que já partiram:
Finados
Morrer, que mera ilusão!...
A vida vai, segue além...
Nesta estranha embarcação,
Você embarcará também.
No porto do infinito,
Cheguei, mais forte e feliz.
Bendito, sempre bendito,
O singelo bem que eu fiz!
Você, que está aí na Terra
Aproveite os dias seus,
Na caridade se encerra
O coração do bom Deus.
Morte...nos vira do avesso
Em um check up total,
Como é triste o recomeço
Para quem só fez o mal.
A cova é alçapão aberto.
Faça o bem enquanto é dia,
Ajude o espírito liberto
Com vibração de alegria.
Finados!..., mas quem findou?
Respondo filosofando:
A morte só revelou
Infinitos sóis em bando!...
Ninguém morre, só mudamos de indumentária, da física para a espiritual. Continuamos vivos além dessa vida humana e reencontraremos os nossos amados. Oremos por eles, mas sobretudo, honremo-los com atitudes dignas que os reverenciem e os deixem felizes conosco, os que ainda passamos pela Terra.
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