Transformações - Gebaldo J. de Sousa
“Procurai viver, nestes dias, de modo simples, afastando prontamente todo pensamento de descontentamento, ansiedade, desencorajamento, impureza e egoísmo; cultivando alegria, magnitude, amor e o hábito de santo silêncio; usando de economia nas despesas, generosidade no dar, cuidado na conversa, diligência no serviço, fidelidade nos compromissos, e fé tranquila em Deus.”. (Anônimo)
Ignoro quem seja o autor dessa bela síntese, onde ele revela sabedoria, equilíbrio e confiança nos desígnios de Deus! São características de Espíritos amadurecidos. Tenho, por isso, imensa alegria em compartilhá-la com eventuais leitores(as).
Também não sei onde a encontrei; quando e como veio às minhas mãos.
Meimei, Espírito (1) – na página ‘Confia sempre’ –, assinala:
“Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. (...)
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá. (...)
Brilha a alvorada além da noite.”
Nestes dias a Terra é submetida ao jugo de minúsculos vírus – provocando muitas mortes, em todas as pátrias. É a Lei de Ação e Reação que se cumpre e que a maioria dos humanos desconhece. Os desatinos que há em toda parte nos dá essa certeza. Certo é que a vida nos devolve o que a ela oferecemos, nas múltiplas reencarnações.
Por isso é importante a divulgação – por todos os meios – dos princípios da Doutrina Espírita, que nos conscientizam das responsabilidades para conosco; para com o próximo e para com as Leis de Deus.
Filhos do mesmo Pai, integramos a Família Universal e devemos nos amar uns aos outros, independentemente de crenças; raças e de condições sociais.
Mesmo em tempos de dores, a misericórdia divina manifesta-se: graças às bênçãos de que dispõe a Ciência, que amenizam dores, ora pelos medicamentos; ora por vários aparelhos sofisticados, que ensejam o acerto de muitos diagnósticos e/ou de intervenções curativas!
No passado, os que sofreram em nossas mãos não tiveram esses atenuantes: seus sofrimentos foram inenarráveis e inacreditáveis, por nossa brutalidade!
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Do plano espiritual, sempre existe assistência àqueles que desencarnam e aos familiares que permanecem no corpo físico. Há relatos que comprovam essa verdade e a necessidade em arcar com os efeitos de nossos erros, nas múltiplas encarnações.
O instrutor Aniceto, Espírito – livro Os Mensageiros (2) – refere-se ao período das Segunda Grande Guerra, ao noticiar:
“(...) avançados núcleos de espiritualidade superior, dos planetas vizinhos, (...) determinaram providências de máxima vigilância, nas fronteiras vibratórias mantidas conosco. Ensinam-nos os vizinhos beneméritos que devemos suportar, nos próprios ombros, toda a produção de mal que levamos a efeito.”
Na mesma obra, Alfredo – administrador do Posto de Socorro que acolhia a equipe do instrutor Aniceto (integrada por André Luiz), que ali permaneceu por algum tempo, refere-se não só às lutas dos exércitos, mas às das mentes daqueles que, fora da linha de fogo, lutavam nas linhas da palavra e do pensamento, resultando em
“(...) espessas nuvens de resíduos mentais dos encarnados invigilantes, multiplicando as tormentas destruidoras.”
[A maioria dos homens ignora os efeitos malévolos das divisões, do ódio, dos maus pensamentos e da agressividade verbal ou física, além do cultivo dos vícios!]
Salientou a importância da oração:
“(...) a prece é uma luz mais intensa no coração dos homens. Bem se diz que a estrela brilha mais fortemente nas noites sem luz. (...) para iniciar providências de recepção aos desencarnados em desespero, já fui, mais de uma vez, aos serviços de assistência na Europa. (...)”
E mais: que ele e outras Entidades foram aos céus de Bristol, onde as ameaças de destruição eram assustadoras.
Atraídos por farol de intensa luz, cujos raios faiscavam no firmamento, a expedição desceu na origem desse ponto luminoso: era uma igreja onde cristãos cantavam hinos.
“(...) os discípulos do Evangelho cantavam, unidos, em celestial vibração de fé viva.”
O chefe da equipe lhes recomendou que se conservassem de pé, em sinal de respeito e reconhecimento.
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Hoje há guerras em várias partes do globo terrestre, por questões econômicas e/ou ideológicas. Além delas, os seguidores daqueles que as fomentam também terçam armas – ignorando as responsabilidades que assumem, com essas ações –, pelas mídias sociais ou em manifestações ruidosas, em cidades, poluindo a aura psíquica da Terra.
Dois mil anos após a vinda de Jesus, a maioria dos homens não leva a sério as suaves recomendações de sua mensagem!
Daí, as mudanças significativas em andamento, para correção desses desvarios.
O fato, em pouco tempo, já produz alterações significativas:
– União de muitos países, a buscar vacina que debele o ‘mal’, ou em práticas de solidariedade, que amenizem sofrimentos de extensa faixa populacional, ou, ainda, à procura de soluções para os dramas econômicos;
– União, em intensidade nunca vista antes, de esforços entre pessoas, comunidades, Empresas e Governos, a compartilhar o pão e a minimizar a fome de populações mais pobres;
– Cai o fluxo de veículos em todos os países (até mesmo o de aviões!), reduzindo a poluição ambiental – especialmente a do ar, que se renova, e em alguns lugares a dos rios. Percebe-se a olho nu benefícios para a natureza, em tão poucos dias. Os animais também se beneficiam. E os homens, com menos ruídos nas cidades, ouvem a alegria dos pássaros a cantar e veem os bichos, nossos irmãos em evolução, mais à vontade. Exemplo marcante é o do ar em cidades maiores, especialmente na China e na Índia!
– Orações elevam-se aos céus, por profitentes de vários cultos religiosos, diminuindo a invisível, mas potente poluição psíquica – tão ou mais grave do que aquela perceptível aos nossos olhos –, provocadas pelas vibrações dos pensamentos de ódio, de ambição desenfreada, de lutas pelo poder político ou econômico, de orgulho e de egoísmo ferozes;
– Países europeus e também a Coreia do Sul já anunciaram que, passada a pandemia, aplicarão bilhões de euros/dólares na prática de economia sustentável, com respeito ao meio ambiente!
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O Universo – obra de Deus – é moral.
As transgressões às Leis Morais resultam em sofrimentos e, cedo ou tarde, aqueles que assim agem fracassarão. Prevalecerá, sempre, a vontade de nosso Pai.
Belo exemplo em Atos dos Apóstolos, no sábio parecer de Gamaliel, no Sinédrio:
“Agora vos digo: Dai de mão a estes homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele.” At 6:38-39.
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Mensagens de esperança antecipam esse amanhã de paz:
“E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: – Conhece o Senhor! porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.” – Paulo. (Hb, 8:11.)
Quando o homem gravar na própria alma os parágrafos luminosos da Divina Lei, o companheiro não repreenderá o companheiro, o irmão não denunciará outro irmão.
O cárcere cerrará suas portas, os tribunais quedarão em silêncio.
Canhões serão convertidos em arados, homens de armas volverão à sementeira do solo.
O ódio será expulso do mundo, as baionetas repousarão, as máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte, mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.
A justiça será ultrapassada pelo amor.
Os filhos da fé não somente serão justos, mas bons, profundamente bons.
A prece constituir-se-á de alegria e louvor.
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema.
A pregação da Lei viverá nos atos e pensamentos de todos, porque o Cordeiro de Deus terá transformado o coração de cada homem em tabernáculo de luz eterna, em que o seu Reino Divino resplandecerá para sempre.] (3)
E esse futuro está chegando, graças a Deus!
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Vale lembrar ainda os primorosos versos do poeta Camões (4):
“Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta!”
Referências:
1. XAVIER, F. Cândido. Cartas do Coração. Espíritos diversos. 3. ed. São Paulo: LAKE, 1999. p. 114.
2. XAVIER, Francisco C. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980. Cap. 18, p. 100; 97 e 101, respectivamente.
3. XAVIER, Francisco C. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. Cap. 41, p. 93.
4. CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. Canto I, estrofe 3.
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