O limite do trabalho - Waldenir A. Cuin
– Qual é o limite do trabalho? “O limite das forças; não obstante, Deus dá liberdade ao homem.” (O Livro dos Espíritos, questão 683.)
Sendo toda ocupação útil um trabalho, a criatura humana tem amplas possibilidades de trabalhar constantemente, de diversas maneiras e formas.
Contando com a força física trabalhará mais materialmente, fazendo uso da capacidade mental, produzirá muito na área intelectual, mas em ambas as situações, com boa vontade e esforço, conseguirá excelentes resultados no campo produtivo.
O trabalho é uma lei da natureza, portanto uma necessidade e o homem mais terá obrigação de trabalhar à medida que aumenta as suas expectativas e exigências diante da vida.
Por certo, de acordo com a chegada do progresso, trazendo consigo sempre novas descobertas tecnológicas, o trabalho vai de tornando menos material e muita mais intelectual, mas sempre será pelo labor que o homem logrará realizar os seus sonhos e metas.
Sem o trabalho permaneceríamos na infância intelectual, pois é através do exercício frequente, na realização das nossas tarefas quotidianas que ampliamos a capacidade de raciocinar, refletir e criar.
Se o nosso corpo tem necessidade de movimentação constante, para a melhor flexibilização e vitalidade dos seus membros e conveniente funcionamento dos seus órgãos, a nossa mente , de igual modo, precisa de atividades frequentes visando a sua elasticidade e capacitação.
Aquele que não exercita o corpo e nem faz uso correto da mente, sem dúvida, se candidatará ao atrofiamento das formas física e intelectual, se tornando, por certo, um peso à sociedade, que deverá trabalhar mais para sustentá-lo.
E, diante do dinamismo da vida, tanto trabalhamos estando num corpo físico como fora dele, na vida espiritual, pois que a morte tão somente tem a capacidade de exterminar a matéria que nos envolve, nada mais que isso, seguindo a nossa vida pelos destinos que Deus lhe deu.
No mundo espiritual seguem conosco os sonhos de paz e os desejos de felicidade, portanto prosseguimos no labor objetivando obter tais conquistas, que impossíveis se tornam com a permanência dos nossos braços cruzados.
Portanto, enganam-se aqueles que acreditam que com a morte do corpo obteremos um descanso eterno. Aliás, a eterna ociosidade seria, em realidade, um eterno suplício, uma vez que ninguém em sã consciência e perfeito equilíbrio de raciocínio conseguirá ficar parado por muito tempo.
O que, em verdade precisamos observar é se as nossas ocupações realmente são úteis, se estão contribuindo para o progresso moral da humanidade, uma vez que só é trabalho a ocupação que for útil.
Não importa onde estamos e nem em que condições, sempre haverá possibilidades para o trabalho, que de múltiplas maneiras e formas poderá ser exercido, bastando que façamos uso da criatividade e do real desejo de ajudar a construir um mundo melhor.
E, para que o trabalho possa produzir todos os frutos possíveis, jamais podemos dispensar a educação do povo, como arte de formar o caráter de cada cidadão, pois somente com o conjunto de hábitos salutares adquiridos será possível edificar o mundo de serenidade dos nossos sonhos.
Reflitamos...
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