Sintonia com o bem

Acontecimentos observados, inclusive entre muitos que se dizem espíritas, nos fazem recordar o espírito de Erasto, no capítulo XX d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, item Missão dos Espíritas, quando Erasto comenta que, entre os chamados ao Espiritismo, pode-se reconhecer os espíritas que se acham no bom caminho pelo ensino e a prática dos verdadeiros princípios de caridade, pela consolação que distribuírem aos aflitos, pelo amor que dedicarem ao próximo, pela sua abnegação e pelo seu altruísmo. Completa dizendo que podemos reconhecê-los, finalmente, pela vitória dos seus princípios, porque Deus quer que sua lei triunfe e os que a seguem são os escolhidos, os que vencerão.

Há necessidade, pois, de que aqueles que se dizem espíritas se autoavaliarem e verificarem se estão, por sua conduta e seu pensamento, abarcados por essas palavras de Erasto.

Temos necessidade de estudar o Evangelho e deixar os ensinamentos de Jesus gravados em nosso coração e em nossa conduta. O verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a mesma coisa e sabemos pelas palavras de Simeão, no capítulo XVIII d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, que nem todos os que dizem Senhor, Senhor entrarão no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade do Pai que está nos céus.

Aqueles que usam o título de espírita devem fazer todo o possível para estarem com a palavra reta, a consciência reta, a conduta reta e o pensamento reto, portanto, dentro das atitudes de amor ao próximo, verdadeiramente, compreendendo que os discípulos de Jesus são reconhecidos pelo amor que dedicam uns aos outros.

A vigilância e a oração se fazem extremamente necessárias. Desde a época de Jesus, alertava ele seus seguidores nesse sentido. “Vigiai e orai, para não cairdes em tentações”, dizia ele.

A hora sempre foi de necessidade de vigilância e oração, mas está se fazendo mais intensa neste momento. Sabemos, por comunicações inumeráveis em múltiplos centros espíritas, de conformidade com a avaliação de veracidade das mensagens, orientada por Allan Kardec, que os espíritos que ainda e temporariamente estagiam no mal, pois um dia serão bons, atacam incessantemente os trabalhadores do bem em toda parte. Aquele que emite uma luz clarificadora, que o distingue como alguém que ora e trabalha no amor, é visível para eles.

Estamos vivendo nestes dias, provavelmente, uma das últimas encarnações terrenas como orbe de provas e expiações. Muita vigilância. Muita oração. Que a obra de Jesus resplandeça em seus seguidores.

No livro Mecanismos da Mediunidade, psicografado por Chico Xavier, lemos que os médiuns trazidos ao serviço de reflexão do plano superior precisarão abolir tudo o que lhes constitua preocupações extras, tanto no que se refira à perda de tempo, quanto ao que se reporta a interesses subalternos da experiência vulgar, sustentando-se por esforço próprio em clima de responsabilidade e de trabalho voluntário, na preservação e enriquecimento dos agentes condutores da sua vida mental, no sentido de valorizar a própria cooperação, com fé no bem e disposição ao sacrifício, no serviço a se efetuar.

A recomendação aplica-se a todos, sejamos médiuns ou não.

Sintonizemos com o bem e ajamos bem. Sejamos reconhecidos pelo amor. Cuidemos! Vigilância!