Sementeiras irresponsáveis significam colheitas difíceis! - Rogério Coelho

Cada criatura na Terra está vinculada à sua lição particular

"Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes..."  - Paulo.   (I Cor., 16:13).

Caminhando pelas escuras veredas da impenitência, semeando equívocos a mancheias em nosso passado delituoso, não podemos nos surpreender e muito menos descoroçoar ante a colheita de espinhos e sarças ferintes de hoje, que fazem parte das áridas paisagens dos corações.

Justamente por conhecer o acervo de desacertos de nossas reencarnações anteriores é que Jesus proclamou[1]: "(...) no mundo tereis aflições”. Ele sabia que não seria outro o corolário natural de tantas defecções e irresponsabilidades!

Não obstante, agora que estamos sendo esclarecidos pela bênção do conhecimento espírita, podemos vislumbrar novos horizontes e acoroçoar as mais   otimistas esperanças no porvir. Porém, de nossa perseverança no bem vai depender nossa alforria.

Assim, cada criatura na Terra está vinculada à sua lição particular; cada um com a prova necessária; com a missão própria; peças individuais no concerto universal da evolução...

Não são raras as vezes que - sob o açodar dos reveses - clamamos desesperados pela misericórdia do Senhor, rogando-Lhe compaixão e socorro. E é natural assim proceder, porque, afinal, foi o próprio Cristo quem autorizou tal atitude[2]   todas   as vezes que nos   sentíssemos   aflitos   e sobrecarregados.

Por outro lado, há que se verificar se estamos fazendo por onde merecer o auxílio do Mais Alto. Sabendo que nada ocorre à revelia dos Desígnios Divinos, saibamos enfrentar "varonilmente" os embates regeneradores.

Para melhores esclarecimentos, vamos recorrer aos ensinamentos de Emmanuel, que com incrível lucidez ensina[3]: “(...) perdemos, às vezes, a casa terrestre a fim de aprendermos o caminho da Casa Celeste; em muitas ocasiões, somos abandonados pelos mais agradáveis laços humanos, de maneira a retornarmos aos vínculos divinos; há épocas em que as feridas do corpo são chamadas a curar as chagas da Alma, e, situações de   paralisia ensina a preciosidade do movimento.

É natural peçamos auxílio ao Mestre em nossas dificuldades dissabores; entrementes, não nos esqueçamos de trabalhar pelo bem, nas mais aflitivas passagens da retificação e da ascensão, convictos de que nos encontramos invariavelmente na mais justa e proveitosa oportunidade de trabalho que merecemos, e que talvez não saibamos de pronto, escolher outra melhor”.

Não podemos jamais interromper nossa marcha ascendente para os Páramos de Luz, mesmo que tudo conspire contra nós, mas compete-nos, sim, trabalhar com perseverança, vigiando, ajudando e agindo varonilmente, a fim de que façamos jus à coroa da vida.

 


[1] - João, 16:33.

[2] - Mateus, 11:28.

[3] - XAVIER, F. Cândido. Fonte viva.10.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 89.



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