Poema de gratidão - Abílio Barreto
Lembra-me, Mãe querida, a glória que me deste,
A alegria do lar no lençol de cravinas,
A mesa, o livro, o pão e as canções cristalinas,
As preces de ninar, no humilde berço agreste.
Ao perder-te, no mundo, o carinho celeste,
Vendo-te as mãos em cruz, quais flores pequeninas,
Fui chorar-te, debalde, ao pé das casuarinas,
Buscando-te a presença entre a lousa e o cipreste!...
Entretanto, do Além,caminhavas comigo,
Vinhas, a cada passo, anjo piedoso e amigo,
Guardar-me o coração na fé radiante e calma.
E, quando a morte veio expor-se à noite escura,
Solucei de alegria, em preces de ternura,
Em te revendo a luz, conduzindo minha’alma!...
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ABÍLIO BARRETO, filho de Francisco José Velho Barreto e de D. Josefina Vieira Barreto, nascido em Diamantina/BH dia 22 de outubro de 1883 e desencarnou em 17 de julho de 1959, foi um escritor, poeta, jornalista, político e historiador brasileiro.
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