Pediatra realiza o sonho de cuidar de crianças, depois de morto - Arnaldo D. R. de Camargo

 “Agradeçamos à Mi­sericórdia Divina e, reunidos, peçamos ao Cristo entendimento de sua vontade sublime e sábia, com a precisa força para executá-la, onde estivermos.“ Padre Hipólito/André Luiz (Chico Xavier) – “Obreiros da vida eterna” - FEB

O livro “Lar-oficina: esperança e trabalho”, de espíritos diversos, também psicografado por Chico Xavier (Editora Ideal), traz o relato emocionante de um jovem médico que morreu com apenas 31 anos, Moacyr Stella Júnior, e dos seus pais.

O pai de Moacyr conta a emoção e gratidão por ter recebido uma mensagem espiritual do filho: “Apesar de termos acompanhado o transcorrer de sua doença, inconformados, eu e minha esposa rumamos para Uberaba ao encontro de Francisco Cândido Xavier para algum alento. Entendíamos ser um pouco cedo para uma carta de nosso filho, pois fazia três meses do seu desenlace. Graças a Deus, Moacyrzinho nos envia sua mensagem. A misericórdia de Deus não falha”.

O jovem Moacyr, de formação religiosa católica, era determinado; seu pai relata: “O que impressionava em meu filho era a sua força interior, não podia ser enganado em sua moléstia, câncer no cérebro. Na época estudava medicina e, apesar de sofrer a primeira cirurgia cerebral, de uma série de três, com as dificuldades relativas à doença, conseguiu formar-se e clinicar. Jamais o ouvimos falar do seu mal”.

Na carta psicografada, o espírito diz que seu sonho era cuidar de crianças; não pôde realizá-lo aqui na Terra, mas está realizando-o em seu trabalho espiritual. Num trecho de sua carta, o jovem conta, do lado de lá, as novidades da vida numa cidade espiritual: “procuro adaptar-me ao meu novo plano de ação para ser útil não somente aos queridos familiares, mas também às criancinhas que se preparam aqui para voltar ao mundo físico. Na Terra, tentava colaborar para que vivessem felizes na existência nova, e aqui me comprazo em observar os melhores métodos de ajustar-lhes os caminhos de reencarnação”.

Continua a mensagem trazendo esta preciosidade de informação de que aqueles que nos amam apenas viajam de retorno à vida original, que guardam as lembranças e continuam nos amando, desejando nossa presença:

“Duzentos pequeninos que me esperam e me amam. Que mais quero além disso? Chamam-me por tio essas lindas crianças desterradas do lar em que nasceram. São pequeninos internados que procuram o papai e a mamãe, vasculhando pavilhão a pavilhão, qual se estivessem procurando o próprio coração. E as perguntas chovem sobre mim:

— Tio Moacyr, quando meu pai virá buscar-me?

— Tio Moacyr, quero sair daqui sem esperar mais tempo. Sem rumor, sem alarde, e voltar para os meus!

— Tio Moacyr, onde está Deus que me mandou buscar do colo de mamãe?

— Tio Moacyr, eu não quero ficar, quero partir.

— Tio Moacyr, procure um carro que me leve de volta à casa em que nasci. O meu pai pagará qualquer despesa.

Outras crianças brincam em plena natureza, mas me dizem baixinho:

— Minha casa na Terra tem muito mais beleza e mais carinho!

Que fazer, mamãe Ilda, senão doar-lhes mais amor, do amor que recebi de seu devotamento?”
 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME



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