Mudanças, transições, desenvolvimentos... - Rogério Coelho

Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. (E.S.E. XVII, 4)

Sobre mudanças e transições, escreveu poeticamente Lucy Dias Ramos com sua verve singular: “Amanhecia... Aos poucos o manto escuro da noite se enrolava dando lugar às luzes vespertinas, enquanto as brumas menos densas se dispersavam alcançando as alturas e se confundindo com as nuvens que céleres caminhavam.

A terra ainda molhada mostrava-se com nuanças cor de prata sob o orvalho da noite que findara.     

Os pássaros voavam em bandos, formando acrobacias e alegres cantavam no intuito de despertar a vida que palpitava em a Natureza. Aos poucos, iam se delineando no campo florido e nos montes que circundavam o vale as silhuetas das árvores e dos tufos de capim, ainda cobertos de cristais de orvalho cristalino. 

Havia neste amanhecer, ainda, um encantamento que o brilho da lua deixara ficar.  

Ao longe, nas casinhas brancas o fogo crepitava nos fogões e já surgia nas chaminés de barro a fumaça branquinha confundindo-se com a cerração que subia lentamente. De repente, um clarão ressurge atrás da serra, dourando o bambuzal, a capineira e todo o vale. Tudo, então, se transforma... Aquela quietude de momentos atrás dá lugar ao esplendor da manhã com tons avermelhados no horizonte e as rendas tecidas pelo orvalho na campina florida vão se desfazendo ao calor do Sol e sob o balanço do vento que sopra com mais intensidade... Tudo ganha novo colorido; até as aves cantam mais alegremente...

Surge um novo dia, rebrilha em nossas vidas uma nova esperança a cada amanhecer.  Há uma profunda magia a cada alvorecer como se nos propusesse a vida uma nova iniciação espiritual, levando-nos a meditar e refletir mais intensamente em torno dos reais objetivos da existência.

A cada novo dia, o coração bate mais intensamente quando sabemos louvar as belezas da vida, as bênçãos que Deus nos concede e procuramos ter a gratidão por tudo o que Ele nos concede.

Louvemos a Deus a ventura de poder sentir a verdadeira beleza das coisas que podemos tocar, ver, aspirar...  Louvemos a Deus e saibamos agradecer a bênção de viver intensamente cada minuto, cada etapa com o coração pleno de amor e serenidade.

Mesmo em momentos difíceis, quando sofremos, busquemos através da oração encontrar o fio da esperança, confiando que um dia melhor nos aguarda e haverá sempre um Sol brilhando a cada amanhecer para enfeitar nossos dias”. 

Complementando o texto de nossa Lucy, a professora Beatriz Almeida cita inicialmente o seguinte pensamento de João Guimarães Rosa: “(...) As pessoas não estão sempre iguais – ainda não foram terminadas – elas vão sempre mudando: afinam e desafinam. É o que a vida me ensinou. Isso me alegra, montão”.

“(...) Em continuação, Beatriz Almeida afirma – com razão – que o mundo está sempre mudando. As transformações ocorrem em quantidade e velocidade enormes. Para enfrentar os desafios gerados pelas mudanças, é necessário compreendê-las e ter criatividade para agir.

O ser humano reluta em mudar. Gosta das situações de conforto, sob controle. Apega-se à rotina, que não lhe causa estranhamento ou medo. Entanto, a vida é imprevisível, as situações muitas vezes fogem ao nosso controle, imprevistos acontecem e precisamos reagir rapidamente à imprecisão da nossa existência.

Vence na vida não o mais inteligente nem o mais forte, mas aquele que mais rapidamente se adapta às mudanças. De acordo com os fatos, temos que tomar atitudes. Não podemos esperar soluções mirabolantes, temos que arregaçar as mangas e ir à luta. É fundamental mudar também o modo de ver e compreender a realidade. Muitos se sentem acuados, inseguros. Os vencedores não!

A sociedade é viva, transforma-se a todo tempo. Hoje, podemos estar bem e amanhã tudo se modifica. Na hora da dificuldade é que conhecemos de fato as pessoas. Há aqueles que aplaudem o fracasso alheio, há os que aproveitam para tirar vantagens ou ainda os que ficam indiferentes e ignoram os problemas que surgem. O importante é analisar a situação, não perder a esperança e lutar para superar as dificuldades. Devemos estar preparados para as mudanças que porventura ocorrerem. Quando surgem novos desafios, as soluções advêm de uma nova maneira de ver as coisas.

No plano dos sentimentos, pensamos que temos uma vida resolvida e, de repente, tudo muda. Nosso companheiro decide romper o relacionamento. A desilusão toma conta de nós, uma tristeza profunda invade nossa alma. É o sentimento de abandono e rejeição deixando nossa vida sem perspectivas. Para nossa autoestima voltar é preciso acreditar em nós mesmos, valorizar o que ficou de bom nesse relacionamento e compreender que viver é impreciso.

Outras vezes, Deus nos dá tamanha felicidade e Ele tira de forma repentina o objeto da nossa alegria. Pode ser um companheiro, um filho, um irmão, um grande amigo, ou um pai. A dor é imensa e profunda, mas o modo de enfrentar a mudança ocorrida em nossa vida depende de cada um de nós. Temos que ser fortes e buscar consolo em Deus. Vida não é só felicidade. As mudanças ocorrem como as estações do ano, as flores são trocadas por paisagens frias e inóspitas, mas depois retornam com toda a exuberância. Daí a beleza da existência!

Temos que estar preparados para as mudanças em nossa vida. Temos que ser fortes e corajosos. Temos que buscar soluções para nossos problemas. Temos que analisar a realidade e mudar de acordo com as circunstâncias. Viver é perigoso, mas a vida é bela!”                                                                                                                                    

No livro “Missionários da Luz”, psicografado pelo saudoso e querido Chico Xavier (da série científica André Luiz), p. 27 em diante, o instrutor Alexandre oferece páginas de elevados conhecimentos para que possamos entender o complexo mecanismo das necessárias mudanças que nos cumpre desenvolver nas rotas do progresso e da elevação espiritual e dos prejuízos que podem ocorrer à nossa economia espiritual se negligenciarmos tal providência. Ele começa por explicar o seguinte: “(...) é muito lenta e difícil a transição entre a animalidade grosseira e a espiritualidade superior.

Nesse sentido, há sempre, entre os homens, um oceano de palavras e algumas gotas de ação.

Preparávamos para assistir a uma reunião de desenvolvimento mediúnico... Decorridos alguns minutos, com a presença de outros pequenos grupos de experimentadores que chegavam solícitos, foi iniciada a sessão.

O diretor proferiu tocante prece, no que foi acompanhado por todos os presentes.

Dezoito pessoas mantinham-se em expectativa...

— Alguns — explicou Alexandre — pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Infelizmente, porém, quase todos confundem poderes psíquicos com funções fisiológicas. Acreditam no mecanismo absoluto da realização e esperam o progresso eventual e problemático, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança...

— Ninguém pode trair a lei impunemente, e, para subir, Espírito algum dispensará o esforço de si mesmo, no aprimoramento íntimo...

Dirigindo-se, de maneira especial, para os circunstantes, o instrutor recomendou:

— Observemos.

Postara-se ao lado de um rapaz que esperava de lápis em punho, mergulhado em fundo silêncio.

Ofereceu-me Alexandre o seu vigoroso auxílio magnético e contemplei-o, com atenção. Os núcleos glandulares emitiam pálidas irradiações. A epífise, principalmente, semelhava-se a reduzida semente algo luminosa.

— Repare no aparelho genital — aconselhou-me o instrutor, gravemente.

Fiquei estupefato. As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade, que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas, nas vesículas seminais, na próstata, nas massas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado!... Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros, na mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?

Enunciando semelhante indagação íntima, explicou-me Alexandre, sem que eu lhe dirigisse a palavra falada: — Não, André. Não temos sob os olhos a espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura sexual, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não os conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contato com Entidades grosseiras, que se afinam com as predileções dele, Entidades que o visitam com frequência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual; não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida e, recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo, no exame da fé religiosa. A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si. Esquece-se de que tudo é espírito, manifestação divina e energia eterna. O erro de nosso amigo é o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual.

Novos mundos de pensamento raiavam-me no ser. Começava a sentir definições mais francas do que havia sido terríveis incógnitas para mim, no capítulo da patogenia em geral. Não saíra do meu intraduzível espanto, quando o instrutor me chamou a atenção para um cavalheiro maduro que tentava a psicografia.

— Observe este amigo — disse-me, com autoridade —, não sente um odor característico?!

Efetivamente, em derredor daquele rosto pálido, assinalava-se a existência de atmosfera menos agradável. Semelhava-se-lhe o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mas incessantes. Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele usar alcoólicos em quantidade regular.

Vali-me do ensejo para notar-lhe as singularidades orgânicas.

O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e, começando a fazer-se sentir nas paredes do esôfago, manifestava a sua influência até no bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se, vorazes, ao longo da veia porta, lutando desesperadamente com os elementos sanguíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas. O baço apresentava anomalias estranhas.

— Os alcoólicos — esclareceu Alexandre, com grave entonação — aniquilavam-no vagarosamente. Você está examinando as anormalidades menores. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação. Em vão, esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhes são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons. O pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos. Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas. Profundas alterações modificam-lhe as disposições do sistema nervoso vegetativo e, não fossem as glândulas sudoríparas, tornar-se-lhe-ia talvez impossível a continuação da vida física.

Não conseguia dissimular minha admiração. Alexandre indicava os pontos enfermiços e esclarecia os assuntos com sabedoria e simplicidade tão grandes que não pude ocultar o assombro que se apoderara de mim.

O instrutor colocou-me, em seguida, ao lado de uma dama simpática e idosa. Após examiná-la, atencioso, acrescentou:

— Repare nesta nossa irmã. E’ candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação.

Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas. O estômago dilatara-se-lhe horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações. O fígado consideravelmente aumentado demonstrava indefinível agitação. Desde o duodeno ao sigmoide, notavam-se anomalias de vulto. Guardava a ideia de presenciar, não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e, sim, de vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitos conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição.

Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro:

— Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação. Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição.

E porque me conservasse em silêncio, incapacitado de argumentar, ante ensinamentos tão novos o instrutor considerou:

— Perante estes quadros, pode você avaliar a extensão das necessidades educativas na esfera da Crosta. A mente encarnada engalanou-se com os valores intelectuais e fez o culto da razão pura, esquecendo-se de que a razão humana precisa de luz divina. O homem comum percebe muito pouco e sente muito menos. Ante a eclosão de conhecimentos novos, em face da onda regeneradora do Espiritualismo que banha as nações mais cultas da Terra, angustiada por longos sofrimentos coletivos, necessitamos acionar as melhores possibilidades de colaboração, para que os companheiros terrestres valorizem as suas oportunidades benditas de serviço e redenção.

Compreendi que Alexandre se referia, veladamente, ao grande movimento espiritista, em virtude de nos encontrarmos nas tarefas de uma Casa Doutrinária, e não me enganava, porque o bondoso mentor continuou a dizer, gravemente:

— O Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados «médiuns». Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não bastará, entretanto, perceber. E’ imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem.

A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo — e sorriu —, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação.  Atender a santificada missão do seu plano respeitável, usar um aperitivo, fazer uma boa e equilibrada refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos e desperdícios lamentáveis de força, retêm a alma nos círculos inferiores.

Oh! — exclamei — e por que motivo não avisamos aos nossos irmãos congregados aqui?!

André sorriu, benévolo, e acentuou: Não, André. Tenhamos calma! Estamos no serviço de evolução e adestramento. Nossos amigos rebeldes ou maus, em sentido voluntário, estão espiritualmente desorientados e enfermos. Compete-nos, portanto, ajudá-los no caminho educativo.

Os tenros embriões vegetais de hoje serão as árvores robustas de amanhã. As tribos ignorantes de ontem constituem a Humanidade de agora. Por isso mesmo, todas as nossas reuniões são proveitosas, e, ainda que os seus passos sejam vacilantes na senda, tudo faremos por defendê-los contra as perigosas malhas do vampirismo”.

*

Com muita propriedade escreveu Joanna de Ângelis (FRANCO, Divaldo. O Ser consciente – Salvador – LEAL: 1994, p. 94-95): “(...) Toda a vida de Jesus é um processo que facilita o crescimento e a dignidade do ser humano.

Seus conceitos, refertos de atualidade, prosseguem sendo uma linguagem dinâmica, desobsessiva, sem compulsão, abrindo flancos de alegria e facultando o desenvolvimento daqueles que os recebem.

Cada passo da Sua vida leva-O a metas adredemente programadas. Sem rotina, mas, também, sem ansiedade, caracteriza-se pela vivência de cada momento, sem preocupação pelo amanhã, pois que, para Ele, a cada dia bastam as suas próprias preocupações.

A alegria é uma constante em Sua mensagem, apesar das advertências frequentes, das lutas abertas e de sempre O verem chorar...

A verdadeira alegria extrapola os sorrisos e se apresenta, não raro, como preocupação que não deprime nem fragiliza.

Torna-se uma constante busca de realizações contínuas, de vitórias sobre as circunstâncias e os fenômenos que são naturais no processo da vida.

Sem paradigmas fixos, toda a Sua doutrina se constitui de otimismo e plenitude!

Quando os Seus seguidores marchavam para o holocausto, o martírio, o testemunho, faziam-no motivados pelo amor, sem fugas psicológicas, sem transferências, em manifestações de fidelidade, joviais e exultantes, sem ressentimentos nem ódios pelos perseguidores, por ser uma opção livre de utilização da vida.

A dinâmica das palavras de Jesus logrou conduzir inumeráveis criaturas à realidade transcendente.

Libertador por excelência, a ninguém impôs fardo, asseverando que o Seu é leve e suave, é a Sua forma de julgar, analisar e compreender.

A conquista de consciências para as fileiras da harmonia somente é possível mediante o estabelecimento de diretrizes saudáveis, nas quais, mesmo a dor assumiria a sua realidade de fenômeno degenerativo inevitável, no entanto, possível de superada, resistida, diluída através das reflexões e da renovação de energia que preserva o equilíbrio da existência.

A imposição temerária decorre do sentimento de culpa dos religiosos, que a transferem para aqueles que se lhes submetem, passando a depender das suas injunções psicológicas mórbidas.

Sem a semana ultrajante, sem os conteúdos da ingratidão humana em extremo, não lhe teríamos a morte estoica, eloquente, grandiosa, demonstrando a Sua consciência de Imortalidade.

Após a sua ocorrência, todo um solene hino à vida foi apresentado através da ressurreição, do retorno ao convívio com os amigos temerosos e com a humanidade arrependida que Ele veio libertar, amando, paciente e alegre, por conhecer os limites e deficiências daqueles que marcham na retaguarda, no entanto fitam expectantes e avançam no rumo do futuro.



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