Legado de amor

Deixou-nos o inesquecível mestre da Galileia um pedido e uma exemplificação. Pediu-nos que seus discípulos se amassem uns aos outros. E exemplificou o amor até o final.

Seria muito simples segui-lo, mas esse pedido parece ser o mais difícil de ser atendido pela humanidade. Ainda vemos os seres se digladiando, mesmo em pleno século XXI.

No livro Fonte Viva, psicografado por Francisco Cândido Xavier, de autoria do espírito de Emmanuel, há uma mensagem que nos chamou a atenção, frente a esse processo, intitulada Consegues Ir? Inicia-se esta com o convite de Jesus: “Vinde a mim...”, do evangelho de Mateus, capítulo 11, versículo 28.

Diz Emmanuel que todos ouvem a palavra do Cristo, que insiste para que a mente inquieta e o coração atormentado lhe procurem o regaço refrigerante. Contudo, comenta ele, se é fácil ouvir e repetir o “vinde a mim” do Senhor, quão difícil é ir para Ele!

Aqui, assevera Emmanuel, as palavras do Mestre se derramam por vitalizante bálsamo, entretanto os laços da conveniência imediatista são demasiado fortes; além, assinala-se o convite divino, entre promessas de renovação para a jornada redentora, todavia o cárcere do desânimo isola o espírito, através de grades resistentes; acolá, o chamamento do alto ameniza as penas da alma desiludida, mas é quase impraticável a libertação dos impedimentos constituídos por pessoas e coisas, situações e interesses individuais , aparentemente inadiáveis.

Muito acertada essa assertiva de Emmanuel. A despeito das reencarnações inumeráveis, o espírito imortal ainda tem dificuldades de atender ao divino Messias.

Muitos, perante suas próprias condições, ainda preferem que o Mestre desça de sua situação de Espírito puro e se aproxime das imperfeições humanas, na tentativa de desconstruir sua imagem de amor pleno, considerando-se isso mais fácil do que galgar as alturas para alcançá-lo.

 O espírita, dentro das fileiras do Consolador prometido por Jesus, no Cristianismo em sua essência mais pura, tem o profundo dever de melhorar a si mesmo e carregar em seu íntimo a bandeira do amor e da paz.

“Fora da Caridade não há Salvação” é a bandeira lançada por Allan Kardec e no Brasil, a de Ismael, mentor das terras brasileiras, “Deus, Cristo, Caridade” é muito expressiva. Unidas as duas, valoroso deve ser o esforço do espírita em seu processo de melhoramento, de modo a pacificar a si mesmo e, em consequência, tornar-se um pacificador de seu meio, através de sua própria exemplificação.

Longa é a jornada, difícil o caminho, estreita a porta da salvação, disse-nos Jesus.

Árduo o nosso trabalho para nos tornarmos melhores. O espírita, mais que os outros, tem que conduzir o archote da esperança e da fé da união fraternal e da paz.

Ainda com Emmanuel, na mensagem referida, diz-nos ele que Jesus, o nosso Salvador, estende-nos os braços amoráveis e compassivos. Com Ele, a vida enriquecer-se-á de valores imperecíveis e, à sombra de seus ensinamentos celestes, seguiremos, pelo trabalho edificante, na direção da pátria universal.

Todos os crentes registram- lhe o apelo consolador, raros se revelam suficientemente valorosos para lhe buscarem a companhia.

... Já consegues ir?

 Nosso modelo: Jesus!



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