Jesus não tinha medo da morte - Arnaldo D. R. de Camargo

“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o sol.” - Chico Xavier


Judas deu um beijo no Mestre, que o recebeu com carinho, antes de ser preso, porque o Mestre não temia a morte, visto ser essa a porta libertadora que o colocava em comunhão com os seus iguais na espiritualidade no Governo do Planeta.

Ser amoroso era a marca do Cristo que nos exortou: “Amai-vos uns aos outros”. (1)

Paulo em sua carta aos colossenses (3:14) recomenda: “Revesti-vos do amor”.

E o Espírito de Verdade em mensagem nos conclama: “Espíritas!, amai-vos, eis o primeiro ensinamento”. (2)

Porque no guarda-chuva do amor encontramos a proteção divina. Junto ao amor estão: a misericórdia, a fé, a esperança, a bondade, a doçura, a compaixão, a amizade. A maior virtude entre elas é a caridade – que simboliza o amor em ação.

E o Cristo não temia a morte e também não a procurava, tanto é que aconselha aos seus discípulos a se cuidarem: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”. (3)

Profundo conhecedor do código divino, Jesus esclareceu a Pedro, naquele momento difícil de sua prisão em que o apóstolo exaltado tentava defendê-lo: “Então Jesus disse a Pedro: ‘Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão’”. (4)

Antes, como conhecedor da lei de causa e efeito, o Nazareno já havia orientado as pessoas: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo”. (5)

Demonstrando profunda humildade, o Mestre “detinha elementos para desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato; porém, apesar de tudo, conservou-o até o último dia da luta, entre aqueles que mais amava”. (6)

Sábio e ciente de seu compromisso junto de nós na Terra, Jesus confirma que estava no fim sua missão entre nós: “Ainda um pouco de tempo estou convosco, e depois vou para Aquele que me enviou” (7). Retornando à cúpula celeste de luz divina, na dimensão espiritual. Nada tinha a temer, apenas o desejo de cumprir os desígnios de Deus.

Ciente de que devemos alimentar a alma porque o corpo é instrumento de aprendizado na escola terrena, voltou em espírito para alimentar a fé de Tomé, dizendo: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”. (8)

E também em tarde de perseguição dos seus algozes aos seus amigos reaparece a Saulo, e o adverte: “Saulo, Saulo: por que me persegues?”.

O novo discípulo se modifica diante da visão espiritual, busca conhecer sua mensagem e transforma-se no grande divulgador da Boa-Nova. Paulo entende a mensagem do Mestre: “Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”. (9)

Quando se aproxima o natalício do jovem que não envelheceu, pois aos 33 anos retornou à Direção do nosso Mundo, lembramos dele como o nosso guia e modelo, como celebridade das alturas a representar a lealdade ao Senhor da Vida, que viveu entre os oprimidos, dando apoio moral àqueles que se martirizam na Terra em lutas de misérias e dores levando a esperança e a paz.

Espírito iluminado entre luminares nasceu no berço simples da estrebaria para nos dizer: estou com vocês até o final dos tempos.

Entre os que proclamavam e viviam a justiça deixou-se crucificar injustamente ao lado de dois ladrões, para demonstrar o amor em plenitude e o perdão supremo, sem nada exigir para si: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. (10)

Referências:

1) João 13:35

2) Paris, 1860 – Allan Kardec – ESE – EME

3) Mateus 10:28

4) Mateus 26:52

5) Mateus 5:21

6) Emmanuel, (Chico Xavier) - Religião dos Espíritos, FEB

7) João 7:33

8) João 20:29

9) 1 Coríntios 15:44

10) Lucas 23:34


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME.



Comentário

1 Comentários

  1. O autor,nos deixa como mensagem neste texto,de que precisamos viver,alimentando a nossa alma no amor,nas suas diversas nuances:a caridade,a solidariedade,a fraternidade,a bondade,enfim,buscarmo o Bem em nossas vidas,e assim encontrarmos no guarda -chuva do Amor a proteção Divina,e com isso não precisaremos ter medo da morte. E o autor ainda,nos diz que Jesus orientou Pedro quanto ao sentimento de desforra,da violência,e a Saulo,que o perseguia contaminado de ódio. Com isso o autor nos deixa ensinamentos de Jesus para desenvolvermos em nós,e em relação ao outro. E a falta de fé, de Tomé,Jesus também o alertou quanto a isso.E as de Chico Xavier,dizendo que todos morreremos. Então ,com isso o autor,nos deixa ensinamentos de Jesus,para morrermos bem,sem medo. Lindo o texto. Muito aprendi. Obrigada Arnaldo.