Fundado por Hugo Gonçalves e Luiz Picinin, O Imortal completou no último Natal 70 anos de idade

O jornal O Imortal, fundado no dia de Natal do ano de 1953, por Luiz Picinin e Hugo Gonçalves, na cidade de Cambé, estado do Paraná, completou no Natal passado 70 anos de existência.

A vida do tradicional periódico divide-se em seis fases:

fase – Nascimento do jornal, com 4 páginas, em dezembro de 1953 e impressão das edições numa pequena gráfica de Cambé.

- Impressão do periódico, ainda com 4 páginas, em oficina própria do Lar Infantil Marília Barbosa, o que se deu a partir de 1955 até novembro de 1983.

- Ampliação do jornal para 12 páginas e impressão no formato tabloide em ofsete, nas oficinas da Folha de Londrina, fato que se verificou em dezembro de 1983, quando o jornal completou 30 anos.

- Ampliação do jornal para 16 páginas, o que se deu em agosto de 1986.

– Impressão em cores, inaugurada na edição de novembro de 1997.

– Início da publicação em formato exclusivamente digital, fato ocorrido em novembro de 2018. Até outubro de 2018 haviam sido publicadas, em formato impresso, 776 edições.


Capa da 1ª edição impressa


Como surgiu o jornal – Foi Hugo Gonçalves, um dos fundadores, quem o revelou: “O Imortal nasceu numa conversa entre mim e Luiz Picinin”. E ele acrescentou: “No ano em que vim para o Lar Infantil Marília Barbosa, em 1953, nós já tínhamos criado a aula de Evangelização Infantil, que não existia antes. Já tínhamos criado o programa radiofônico espírita. Faltava alguma coisa. Estávamos conversando e Picinin perguntou: ‘E se nós fundássemos um jornal?’ Daquela pergunta nasceu o jornal. No dia seguinte os artigos estavam prontos. Levei a uma gráfica aqui na cidade mesmo. Imprimiu mal. Vinha a prova, corrigia; levava de volta, saía com os mesmos erros. Foi uma luta muito grande. Ele começou a circular no dia 25 de dezembro de 1953.”

Anos depois nasceu a ideia de ampliar o jornal, assim explicada por Hugo Gonçalves: “No início eram quatro páginas e eu praticamente sozinho. Por alguns anos ele permaneceu assim, circulando com quatro páginas, com muita dificuldade. Eu sonhava em melhorar O Imortal, a sua apresentação, enfim, aumentar o número de páginas. Eu vivia pensando nisso, mas não encontrava meios. Um dia, o telefone tocou, fui atender. Era o Divaldo, me falando lá de Salvador, da Bahia. Ele me disse: ‘Hugo, estou lhe telefonando para lhe dar uma matéria de última hora. Telefono para que a notícia chegue logo. É uma notícia muito agradável e você vai ficar contente. Seu Schutel lhe manda um recado: - Você fique tranquilo, continue trabalhando, que seu sonho vai se realizar. Eu não sei o que você está sonhando por aí, mas é o recado que ele manda para você’. Eu pensei logo: ‘É com referência ao Imortal’.”

O telefonema de Divaldo ocorreu em meados de 1980 e Hugo não perdeu tempo: “Em julho de 1980 procurei o Astolfo Olegário, que mantinha na ocasião uma coluna semanal sobre Espiritismo no jornal Folha de Londrina, e pedi-lhe sua ajuda com vistas a podermos fazer n’ O Imortal aquilo que eu sonhara. Ele me disse: ‘Dê-me um tempo’. O tempo passou. Foram mais de três anos de espera, até que um dia, parece-me que em setembro de 1983, Astolfo apareceu lá em casa trazendo sua resposta e os planos que resultaram na transformação do jornal, que em dezembro de 1983, quando completava 30 anos de existência, passou a ser impresso nas oficinas da Folha de Londrina, nos moldes em que ele circula hoje, evidentemente sem as cores e com menos páginas, pois no mês de seu trigésimo aniversário o jornal passou a sair com 12 páginas, ampliadas para 16 em meados de 1986.”

As dificuldades dos primeiros anos – Antes de ser impresso nas oficinas da Folha de Londrina, o que ocorreu por 35 anos, de dezembro de 1983 a outubro de 2018, O Imortal foi impresso numa gráfica de Cambé e depois na própria gráfica do Lar Infantil Marília Barbosa, pelo antigo método de composição usual em todas as tipografias antes do advento das máquinas ofsete.

As dificuldades eram, como podemos imaginar, muito grandes, como Hugo explicou oportunamente no depoimento seguinte:

“O jornal estava sendo impresso numa gráfica estranha. Ia pensando um dia poder fazer o jornal. Mas como fazer? A despesa era muito grande, a renda quase nenhuma. Um dia, fomos a Curitiba, Luiz Picinin e eu. Estávamos visitando uma ala nova no Hospital Bom Retiro, junto com o presidente da Federação, o Sr. João Ghignone. Passávamos embaixo de uma mangueira, ali havia um monte de ferro no chão e um caixote.

– Estão vendo isso aí? É uma máquina que imprimiu o primeiro número de O Mundo Espírita, disse João Ghignone.

– Eu falei: Mas jogada aqui?

– Ah! Nós já temos outras máquinas. Essa aí não tem valor nenhum. Se vocês quiserem levar, podem levar.

Eu vou levar isso o quê! Nem pensei, fui embora.

Um dia ele mandou um caminhão com um monte de coisa de lá para cá. Fez limpeza no quintal e mandou a máquina junto. Um monte de ferro e um caixote cheio de tinta, tudo empastelado, enferrujado.”

Foi com aquele equipamento rudimentar, graças à boa vontade de Dalci Guimarães, um baiano de Vitória da Conquista, que o montou, dando início, dessa forma, à gráfica do Lar Infantil Marília Barbosa, que O Imortal pôde ser impresso em oficina própria, a partir de 1955.

O Imortal na rede mundial de computadores – Hoje, passados tantos anos, o jornal teve de render-se aos novos tempos, em que os custos de impressão e circulação pelos Correios são excessivamente altos. Desse modo, os responsáveis pelo periódico decidiram pela suspensão das edições impressas e adoção da publicação exclusivamente digital, de livre circulação pela internet, que o leitor pode acessar e ler, gratuitamente, bastando para isso clicar no website do jornal: https://www.jornaloimortal.com.br/

Quanto às edições impressas relativas aos anos de 2006 a 2018, todas elas se encontram disponíveis na internet e podem ser lidas, sem custo nenhum, bastando para isso clicar aqui: https://www.oconsolador.com.br/linkfixo/oimortal/principal.html

Registre-se que em novembro de 2018, quando o novo formato passou a ser utilizado, Luiz Picinin e Hugo Gonçalves já se encontravam no plano espiritual, mas vários componentes da equipe diretiva continuaram e prosseguem à frente do jornal, como Jane Martins Vilela, Marcel Bataglia Gonçalves e Astolfo O. de Oliveira Filho. 

Outros participantes ativos da equipe de redação e de administração, seja por motivo de falecimento, seja por motivo de saúde, não mais, por razões óbvias, fazem parte do grupo, embora mereçam, como os demais, parabéns pela importante data.



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