CHEER UP e os Ugandeses
Localizado ao leste do continente africano, Uganda, oficialmente nomeado como República do Uganda, é o segundo país sem litoral mais populoso da África. O nome Uganda deriva do reino do Buganda, que ainda hoje é considerado administrativamente como uma entidade semiautónoma, compreendendo toda a região central do país, incluindo a capital, Kampala. Os túmulos dos Reis do Buganda em Kasubi (uma colina em Kampala) são considerados património da humanidade. O Uganda é dividido em distritos, distribuídos por quatro regiões administrativas, sendo Norte, Leste, Central e Ocidental.
A pesar de suas riquezas e recursos naturais substanciais, Uganda sofre com muitos fatores problemáticos quando se fala em educação, saúde e moradia. A exemplo disto, a expectativa de vida ao nascer foi estimada em 56,3 anos em 2018, com os homens vivendo, em média, 54,8 anos, e as mulheres apresentando uma expectativa de vida de 57,8 anos de idade. A taxa de mortalidade infantil foi de aproximadamente 54,6 mortes por 1.000 crianças em 2018. No início dos anos 2000, havia oito médicos por 100.000 pessoas. A Pesquisa Demográfica de Saúde de Uganda (UDHS) de 2006 indicou que cerca de 6.000 mulheres morrem a cada ano de complicações relacionadas à gravidez. No entanto, estudos-piloto promovidos pela Future Health Systems têm mostrado que essa taxa poderia ser significativamente reduzida através da implementação de um sistema de voucher para serviços de saúde e transporte para clínicas.
Vistas a estas e dentre outras adversidades da vida que o casal Olga Aguado e Eder Prieto criaram em janeiro de 2018 a ONG Cheer Up Uganda. O termo Cheer Up, traduzido do inglês, significa “anime-se”, termo que defini literalmente o projeto, ou seja, qualquer atividade que levasse esperança, atenção, carinho e alegria para um povo que tanto sofreu e ainda continua sofrendo conforme os anos se passam. A criação do projeto se deu após Olga e Eder planejarem sua próxima viagem de férias. A intenção era fazer algo pelo próximo, durante suas férias, algo que os fizessem acreditar que o trabalho voluntário era algo que também poderia renovar suas energias. Ao definirem o projeto, ambos começaram a contatar amigos, conhecidos ou pessoas próxima que quisessem contribuir para a angariação de fundos a fim de realizar diversas iniciativas. O projeto tomou tamanha proporção que, quando perceberam, era evidente que não seria algo apenas passageiro, por um ano no máximo, mas algo que demandasse tempo, dedicação, amor, companheirismo e muita disciplina, ou seja, um relacionamento de longo prazo. Com isso, após seu período de férias, o casal voltou a Uganda a fim de criar uma associação legalizada no país para que pudessem atuar como uma ONG, obedecendo suas normas e regulamentos. Atualmente, a certificação da ONG em Uganda está prestes a “sair”, apesar disto não atrapalhar alguma atividades que já se pode realizar.
O PROJETO E A SATISFAÇÃO DE FAZER MAIS DO QUE APENAS VIVER NOSSAS VIDAS.
De forma geral, o projeto visa criar uma microeconomia local a fim de que todos se beneficiem, especialmente famílias com crianças relacionadas ao projeto. O Cheer Up Uganda se subdivide em cinco ações nomeadas como “Comida”; “Educação; “Saúde”; “Melhoria de infraestrutura” e “Auxílio a Comunidade”.
- Comida: tem como objetivo a aquisição de terras que permitam sustentar a população por mais tempo e criar trabalho para quem não tem, sendo que, o objetivo principal é a criação de um grupo de voluntários, especificamente de agrônomos, que pudessem proporcionar treinamento necessário para tirar o máximo de proveito da terra e do que se quer plantar;
- Educação: criação de uma rede de financiadores a fim de cobrir as despesas escolares das crianças, inclusive materiais básicos como caderno, caneta e lápis.
- Saúde: consiste em ter uma reserva financeira para pagar despesas médicas derivadas de doenças como malária ou tétano, até então bem disseminado no pais;
- Melhoria de infraestrutura: objetivo é melhorar as condições dos edifícios para que possam estar aptos ao uso;
- Auxílio à Comunidade: enfoca principalmente nas mães das crianças assistidas. Atualmente é oferecido treinamento de costura e artesanato na obtenção de renda e posteriormente para que possa sustentar suas famílias. No Uganda, a maioria das mulheres são mães solteiras, visto que o abandono familiar pelos homens ainda é altíssimo.
Em entrevista concedida para este jornal, Olga fala um pouco mais sobre o projeto e os sonhos de transformar Uganda em um pais mais alegre e menos sofrido.
1- Onde, de fato, está localizada a sede da ONG?
A Cheer Up Uganda tem sede administrativa em Lleida, Catalunha – Espanha, porém, quando nossa certificação estiver pronta, teremos uma sede em Uganda com outros voluntários.
2- Quantos voluntários atuam hoje no projeto?
No momento, somos uma ONG pequena, jovem e por isso não temos voluntários ativo em campo, pois os projetos estão se concretizando para depois de fato colocarmos em prática neste mes de fevereiro, entretanto, o planejamento desta obra conta com seis pessoas, sendo: Eder Prieto e Olga Aguado em Lleide; Isaac Lutaakome, Sharon, Aisha e Steve, todos residente em Uganda.
3- Para que exatamente os projetos do Cheer Up existem?
Diria que se resume em criar sustentabilidade para toda comunidade que dia apos dia, trabalham juntos na tentativa de sobreviver e superar os problemas. Por isso dividimos em em cinco ações;
4- Quantas crianças são atendidas pelo projeto?
São 70 crianças associadas ao projeto, além de todos os familiares destes pequeninos.
5- Olga, para você, o que é mais importante na realização deste projeto?
A satisfação de fazer mais do que apenas viver nossas vidas. Algo que enriquerecerá de alguma forma, as pessoas, que as vezes são tão simples como seu local de nascimento que as “condena” como seres humanos de terceiro mundo.
6- Que mensagem gostaria de deixar para nossos leitores?
Os tempos são complicados, pois o poder dia após dia se torna mais avassalador, e isso nos faz ter forças para viver uma ou outra opressão. Somente a solidariedade, a esperança e o trabalho em grupo podem mudar os atos terriveis do mundo. Nossas ações podem fazer a diferença no mundo, basta agirmos de acordo com os exemplos de retidão.
7- Quem desejar conhecer mais do projeto e contribuir com a causa, como proceder?
No site há uma seção para doações com pagamento totalmente seguro através do Paypal, além das campanhas de captação de recursos compartilhados no facebook do projeto, além é claro, transações bancárias mediante contato prévio. O contato poderá ser através do instagram (cheer_up_uganda); facebook (Cheer Up Uganda) e a página www.cheerupuganda.ml.
Comentário