As luzes divinas do Natal - Juan C. Orozco
Quantas luzes observamos no período das festas natalinas, em que casas, comércio, ruas, parques, locais de trabalho, dentre outros tantos, prepararam-se há tempo para comemorar e registrar essa época, resplandecendo os brilhos de adornos, enfeites, maquetes, cartazes e propagandas.
As luzes das árvores de Natal encantam adultos e crianças, que ficam maravilhados com a sequência de cores acompanhadas de sons e canções natalinas.
Para alguns, são momentos especiais para se presentear parentes e amigos, buscando materializar as suas lembranças, estimas, considerações ou até mesmo retribuir o que receberam. Sem falar das ceias exuberantes de pratos típicos.
Já outros veem como ocasião para reflexões interiores nos diferentes campos da vida, proporcionadas pelas paradas de recessos, férias, feriados, descanso e lazer. Quando paramos com a “loucura do dia a dia”, muito mais fácil refletir e meditar.
Transportando-nos há mais de dois mil anos para a antiga Galileia, querendo que reconstituir um possível cenário do nascimento do menino Jesus em sua manjedoura, ao lado de Maria e José, olhamos para o céu à procura da estrela guia no firmamento em meio a tantas outras estrelas do Universo que iluminam a abóboda celeste desde a eternidade em direção ao infinito.
Para os cristãos, a estrela de Belém tem significado especial, representando a luz divina que conduziu os reis magos até o local de nascimento do Salvador da Humanidade, momento registrado no Evangelho de Mateus (2: 1-2). Assim, aquela luz sagrada do Natal conduziu, localizou, identificou e registrou a vinda de Jesus na Terra, quando o “Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João, 1: 14).
Aquela luz divina representou muito mais do que uma estrela guia, porquanto ela conduziu àquele que é a luz do mundo e quem segue as suas pegadas não andará em trevas, mas terá a luz da vida (João, 8: 12).
Jesus é o governador da Terra e o divino iluminador de consciências para a evolução moral e espiritual da Humanidade. Irradiados por sua candeia espiritual, somos esclarecidos sobre as verdades da vida eterna. O seu Evangelho é o roteiro iluminado, do qual Jesus é o centro divino.
Apesar da escuridão que ainda trazemos, identificando e aceitando a luz do Mestre, transformamo-nos em instrumentos de auxílio para refletir a luz do Evangelho nas inúmeras atividades de amor e caridade, que afastam as trevas reinantes, como discípulos do divino Semeador, pois Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus, 5: 14).
E o Cristo disse mais: “Eu sou o pão da vida” (João, 6: 48); “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (João, 10: 9-10); e “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João, 14: 6).
O Cristo é a fonte de vida e a farta provisão de bens para suprir todas as nossas necessidades de fome e sede espirituais.
As festividades do Natal são momentos também de reflexão para aceitarmos o convite divino para participar das bodas com Jesus, que representa a união dos seres humanos com o Criador, portando as nossas candeias de iluminação em benefício próprio e dos nossos semelhantes. A cerimônia desse casamento divino simboliza o processo gradativo de auto iluminação que cada ser humano deve desenvolver no seu interior.
Todos são chamados para ter acesso à felicidade, que é atributo dos que têm consciência, pelo livre-arbítrio, e trajam as vestes de núpcias do amor, da humildade, da boa vontade em encontrar a verdade para observá-la. É preciso que o Espírito seja guiado pelos preceitos do mandamento maior: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Chamados, todos já fomos, porque depende de Deus. Escolhidos, ainda somos poucos, porque depende de nós.
A recompensa pelo esforço empreendido em manter a chama das nossas candeias acesas será a conquista do reino de Deus dentro de nós, mediante o esforço e o trabalho edificante na prática do bem e da caridade.
Assim, a cada Natal, temos novas oportunidades de aceitar a luz divina para manter a candeia da nossa alma acesa.
O Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Caminho verdade e vida”, em “Façamos nossa luz”, ensina: “Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos mensageiros divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja. É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem. (...) Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de autoeducação, de conversão substancial do ‘eu’ ao reino de Deus.”
Nesse Natal, acenda a luz divina na árvore de sua alma, seguindo as pegadas do Mestre Jesus, que ilumina todo o seu ser, orientando-se pelos seus ensinamentos e exemplos, que impulsionarão as suas ações edificantes em favor de si mesmo e dos seus semelhantes. Isso porque: “Quando o gérmen do Cristo desponta em nossas almas, a estrela da divina esperança desafia nossas trevas interiores, obscurecendo o passado, clareando o presente e indicando o porvir.” (Espírito Irmão X. Antologia mediúnica do Natal. Capítulo 19. Natal simbólico.)
Um feliz Natal iluminado para todos, com as bênçãos de Deus!
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA
EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Caminho verdade e vida. 29ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2015.
IRMÃO X (Espírito); psicografado por Francisco Cândido Xavier. Antologia mediúnica do Natal. 7ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.
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