A imperiosa reparação - Luiz Guimarães
"Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás daí enquanto não pagares o último ceitil." (Mateus, 5:26.)
O Espírito imortal, nas suas incontáveis reencarnações, acumula experiências de diversas ordens. O livre-arbítrio, dádiva de Deus, faculta-lhe a escolha do caminho a seguir. Porém, as facilidades e a lei do menor esforço parecem influenciar-nos fortemente para o desvirtuamento dos bons caminhos.
Então, temos nesse contexto as razões de estarmos vivenciando no orbe terrestre as vicissitudes próprias do nosso estado evolutivo. A instrução afasta a ignorância que obstaculiza o nosso crescimento espiritual. A Doutrina dos Espíritos, como revelação consoladora, permite-nos o devido esclarecimento das leis divinas, da imortalidade do Espírito, da reencarnação e da lei de causa e efeito.
Contudo, o "véu da ignorância" ainda permanece como uma sombra encobrindo o nosso discernimento, mesmo com a clareza que temos hoje sobre as consequências das transgressões das Leis de Deus. Fruto da nossa teimosia, as dores e sofrimentos vão-se acumulando, trazendo-nos os mais variados transtornos de ordem física e psíquica. A ansiedade nos dias de hoje supera a depressão. As incertezas se avolumam causando um turbilhão mental que necessita de amparo médico-psicológico.
Mas, por que vivemos nesse estado de tormenta? A causa é a ausência de Deus! Pouco ou nenhum tempo dedicamos ao Criador, tal quais filhos ingratos que se esquecem do sentimento de gratidão, que, segundo o filósofo grego Antístenes, é a memória do coração. O despertamento para a realidade da vida é a bússola que nos servirá de guia para seguirmos e alcançarmos os patamares do nosso crescimento espiritual. A jornada é longa e precisamos antes de tudo da vontade, que nos impulsionará para esse trabalho ditoso.
Emmanuel nos diz no livro Caminho Espírita, pg.21, obra psicografada por Chico Xavier: “Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está contigo em todos os caminhos. Isso não significa omissão de responsabilidades ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei”.
A par disso, tenhamos consciência de que temos deveres a cumprir, refazendo as atitudes equivocadas do passado. Contudo, aceitemos essa obrigação como oportunidade de crescimento, e jamais como castigo. Quem sempre nos cobrará as reparações será a nossa consciência lúcida e arrependida. durante a programação reencarnatória, cuja escolha é fruto do livre-arbítrio concedido pelo Criador.
Ainda é Emmanuel que no livro Assim Vencerás, pg.22, psicografado por Chico Xavier, nos propõe: “Aproveitemos a luta e a dificuldade que a experiência nos oferece, cada dia, e habilitar-nos-emos a converter as sombras da antiga animalidade, que muitas vezes ainda nos domina, em luz da espiritualidade santificante para a nossa ascensão à vida excelsa”. (As nossas atitudes devem ser precedidas pelo bom senso.)
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