Um mês de reflexão sobre a saúde mental - Arnaldo D. R. de Camargo
A calma e a resignação, obtidas pela maneira de encarar a vida terrestre e pela fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é a melhor proteção contra a loucura e o suicídio. Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo (Editora EME).
As grandes florestas nascem de pequenas sementes, e grandes incêndios que destroem prédios começam com pequeno curto circuito.
Assim nascem as ideias negativistas sobre a vida e sobre a mortalidade da alma, levando uma multidão à ansiedade, à depressão, aos vícios e ao suicídio.
É certo que as pessoas podem adoecer física e mentalmente, que isso independe muitas vezes de suas vontades, porque elas têm seus limites; uma das maneiras de se perceber isso é como estão interagindo com os outros.
A depressão é o mal da humanidade, anteriormente chamada com outros termos, como tristeza e melancolia; hoje os especialistas têm um diagnóstico mais exato para seu tratamento. E o oposto é a euforia, que pode se manifestar com violência contra si e contra os outros, gerando compulsões e manias diversas. Há também as crises de pânico, as manias de perseguição e as alucinações, especialmente quando no uso de substâncias psicoativas.
Graças a políticas públicas, hoje são adotadas medidas cabíveis que garantem algum tratamento às pessoas que sofrem de distúrbios mentais, distúrbios que levam anualmente à morte milhões de criaturas, pela via do suicídio. Alarmante saber que a cada dois minutos são três vítimas. Muito se tem que realizar pelo bem geral e proteger a sociedade de uma morte evitável.
Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde –, os fatores que mais predispõem ao suicídio são a depressão, os transtornos mentais como esquizofrenia e bipolaridade, o abuso de álcool e outras drogas, os contextos socioeconômicos e educacionais comprometidos; pobreza, saúde física frágil e antecedentes familiares.
Informação, diálogo e educação em saúde, com prevenção e tratamento desde a infância, com acompanhamento na fase escolar, são os melhores caminhos para impedir atitudes equivocadas que levam aos desregramentos e vícios, canais de alastramento de enfermidades mentais.
Outro fator não menos importante é a distribuição de renda no país, com fomento ao emprego, aliada ao combate à incredulidade, à dúvida sobre o futuro, às ideias materialistas, que são os grandes estimulantes ao desespero e ao suicídio, trazendo em seu bojo uma covardia moral que impede de se sustentar na luta pela vida.
Todas as religiões são boas, mas a melhor é aquela que a família segue e onde leva seus filhos a compartilhar.
Um exemplo do benefício da prática da espiritualidade desde a infância, com a responsabilidade dos pais de conduzir o filho à evangelização e mocidade, é a fala de um jovem estudante universitário que, longe da família, passou a ser usuário de álcool e outras drogas e confessou: “Como minha família me educou, ensinando que existe uma vida após a morte, eu não creio, mas na dúvida eu não me suicido”.
Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME
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