Reforma íntima na busca da paz interior - Juan Carlos Orozco
Muito se fala de reforma íntima no movimento espírita, mas como é difícil realizá-la.
Reforma íntima seria a luta contra as nossas próprias imperfeições, na busca da paz interior, por meio do autoconhecimento e do autodescobrimento, tornando-nos mais conscientes de nós mesmos e dos nossos recursos latentes, libertando-nos dos sentimentos inferiores contrários às leis de Deus, em razão da própria evolução, mediante esforço, trabalho edificante, prática do amor e da caridade.
Esta transformação tem que ocorrer dentro de nós, em um trabalho de melhoramento interior, uma ação de dentro para fora, mediante um processo contínuo de aprimoramento moral do Espírito para a sua necessária evolução.
Seria a nossa transformação em solo fértil para receber a semente da Palavra, cujos ensinamentos e exemplos iluminarão o nosso ser, limpando o coração, fazendo com que brilhe a nossa luz a favor de todos os nossos irmãos.
Contudo, a reforma íntima não se conquista da noite para o dia. Demanda tempo, boa vontade, disciplina, esforço incessante, muita resignação, luta contra nossas próprias tendências inferiores e, principalmente, estar vigilante para os nossos defeitos e ter foco na tarefa de melhorar.
Cada ser humano encontra-se em determinado local. Para identificar este local, há que se realizar um exame de consciência, um diagnóstico íntimo, para identificar as reais circunstâncias da sua vida.
Certos de que não vamos parar a nossa evolução para fazer a reforma íntima, ela deve ser feita durante a nossa existência. Não é esperar melhorar para trabalhar. É trabalhar para melhorar.
A busca da paz interior, ou de Espírito, está dentro do contexto de reforma íntima, em que se deve cultuar a mansidão, ser pacífico e tomar o jugo de Jesus que é suave e o fardo leve.
Se cada ser mudar o seu comportamento, semeando a paz dentro de si, eliminando os sentimentos inferiores, contribuirá para a paz no planeta em uma ação de fraternidade universal.
Assim, a falta de paz interior é resultado direto de nossa ação, quando violamos as leis divinas e os valores maiores da vida, como reação educativa consistente em atrozes sofrimentos e dolorosos tormentos íntimos.
É preciso compreender que devemos florescer no lugar onde Deus nos plantou, o lugar escolhido para a nossa necessária evolução, seja ele onde for. Não necessitamos esperar o jardim ideal para florescer. Para tanto, precisamos entender os mecanismos da vida para a nossa evolução, pois trazemos dentro de nós o potencial para melhorarmos.
Jesus é a convergência dos caminhos da verdade e da vida, que devem balizar as nossas escolhas pelo livre-arbítrio, para inserir-nos no reino de Deus, se seguirmos os seus ensinamentos e exemplos. Jesus é a verdade de Deus revelada e a única forma de se chegar ao Pai.
O egoísmo é um grande obstáculo para a reforma íntima. Na cultura do “eu”, olhamos para as pessoas procurando nós mesmos. Pela cortina do “eu”, não conseguimos enxergar os outros. Como é difícil reconhecer o outro que é diferente de mim.
Logo, escolhendo realizar a reforma íntima, a meta deve ser buscar a paz interior, a paz de Espírito, superar o egoísmo e o orgulho, praticar a indulgência, o perdão para com as faltas alheias, esquecer os erros dos nossos semelhantes, pois todos erramos.
O ser experimenta e vivencia a dor, por sua própria causa, como forma de aprender a respeitar e seguir os valores do Criador, pois a dor humaniza e moraliza a alma.
Bibliografia:
DIAS, Haroldo Dutra. As relações humanas e providência Divina. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kXjlCUo3PwI&feature=youtu.be. Publicado em: 11 de maio de 2018, por Haroldo Dutra Dias. Acessado em: 23 de março de 2019.
Comentário