Ramiro Gama, o semeador do Espiritismo nas terras do Brasil

Nascido no dia 27 de dezembro de 1898, em Tristão da Câmara, distrito de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, Ramiro Gama desencarnou no dia 20 de maio de 1981, na cidade do Rio de Janeiro.

Filho de José Rodrigues de Araújo Gama e Gertrudes Pereira de Souza Gama, Ramiro Gama casou-se com Maria José Costa de Oliveira Gama, de cujo casamento nasceram três filhos: José Vicente (desencarnado), Ramiro, oficial da Aeronáutica, e Djalma, advogado, nove netos e uma filha adotiva, Sônia.

Trabalhou como professor na Estrada de Ferro Central do Brasil, onde se aposentou.  Jornalista, escritor e poeta, foi conferencista e espírita dos mais atuantes.

Participou de inúmeros Congressos e outros eventos espíritas, sendo um dos criadores das Semanas Espíritas, evento que se iniciou em 1939, na cidade de Três Rios, juntamente com a inesquecível Rita Cerqueira (Mãe Ritinha) e outros companheiros. Foi essa a primeira Semana Espírita de que se tem notícia, com a participação de Leopoldo Machado, Carlos Imbassahy, Manoel Quintão, Jacques Aboab, Sebastião Lasneau e tantos outros.

Deixou vinte livros publicados: "Estuário", "Augusto dos Anjos", "História de um Coração", "Português em 20 lições", "O meu fanal", "Lindos casos de Chico Xavier", "O  Bom Pastor", "De irmão para irmão", "Lindos casos de Bezerra de Menezes", "Teatro Espírita"(dois volumes), "Evangelho e Educação", "Viagem ao Norte e Nordeste Espírita", "Lindos casos do Evangelho", "O amor de nossas vidas", “Seareiros da Primeira Hora", "Irmãos do bom combate", "Os mortos estão de pé", “Lindos casos de mediunidade gloriosa" e "Faz isso e viverás".

Deixou mais de 10 livros inéditos. Colaborou com quase toda a Imprensa espírita do país e várias do Estrangeiro. Participou de inúmeros programas de Rádio e fundou o jornal "O Nosso Guia", já extinto. Viajou por quase todo o Brasil a serviço do Espiritismo.

Em seu livro “Lindos Casos de Bezerra de Menezes “, Ramiro Gama conta-nos uma história muita linda e emocionante sobre quando conheceu e conversou com um filho de Bezerra de Menezes. Sendo assim, vamos ao caso: O ano era 1942. Ramiro Gama e sua esposa foram a Miguel Pereira, uma cidade no estado do Rio de Janeiro, para proferir uma palestra em um Centro Espírita. Então, ficaram conhecendo ali quatro almas carinhosas, devotados trabalhadores que serviam a Jesus. Esses quatro Anjos chamavam-se Áurea, Norberto, Sinhozinho e Benedito Andrade. Ficaram no Centro, conversando sobre a Donzela de Donremi (Joana D’Arc) e sua incrível mediunidade de vidência e audiência, e de seu devotamento e amor a Jesus.

De repente sentiram uma luz diferente no ambiente e um perfume de flores. A conversa prosseguiu para alguns dos lindos casos de Bezerra de Menezes. Falaram, emocionados, sobre os exemplos e o roteiro que ele havia deixado para servirmos a Cristo.

Muitos ali presentes ficaram visivelmente emocionados, com lágrimas nos olhos, ao se lembrarem de uma figura tão bondosa e doce, como Bezerra de Menezes, quando, nesse momento, foi até o encontro deles um senhor idoso, com uma fisionomia simpática, que aparentava ter 60 anos de idade. Era possível observar pelos seus olhos que havia chorado e tinha as mãos trêmulas. Ele abraçou, comovidamente, a Ramiro Gama e se apresentou como filho de Bezerra de Menezes. Seu nome era Octavio, conhecido por “O Barão”. Falou então que as histórias contadas por Ramiro Gama refletiam o exato perfil espiritual de seu pai.

Disse também que havia sentido a presença espiritual de Bezerra de Menezes no ambiente e a satisfação de seu pai, por se lembrarem dele da maneira que ele desejava: pelos testemunhos dados junto a Jesus, na prática da caridade. Muito emocionado, fez uma pausa, e então continuou dizendo que, somente após o desencarne de seu pai, sentindo muito a sua ausência, é que ele, seus irmãos e até mesmo sua mãe, conseguiram entender o Anjo que foi Bezerra de Menezes. E continua sendo até hoje. Não aumentava seus bens materiais, nem parecia se importar em deixar alguns bens e até mesmo dinheiro para sua mulher e filhos. Mas, com o tempo, ele foi percebendo que aquilo que ele chamava “descuido” era na verdade um aprendizado que Bezerra de Menezes havia deixado, pois há uma série de coisas muito mais importantes que uma situação financeira favorável. A herança que seu pai deixou foi algo grandioso, como por exemplo: um nome limpo e uma alma pura, que trabalhou para divulgar os valores cristãos. E também o exemplo de ser bom e útil, praticando a caridade sempre em favor dos irmãos infelizes. Arrependido, o sr. Octavio lamentava não ter seguido os exemplos do pai. Mas uma certeza consoladora se fixou em seu coração: não há glória maior do que ser sinceramente bom!


Fonte: Personagens do Espiritismo



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