Pílulas gramaticais (agosto de 2019)
1. Segundo os ensinamentos de Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência exotérica, profunda, reservada aos iniciados.
O correto: Segundo os ensinamentos de Blavatsky, a Magia não se destina ao vulgo, por ser uma ciência esotérica, profunda, reservada aos iniciados.
Explicação: Esotérica significa: pouco compreensível pelo comum dos mortais, hermética, obscura. Exotérico é o popular. A palavra nos veio do grego eksoterikós: feito para o exterior, público. Designa o que é destinado a ser vulgarizado (falando principalmente das doutrinas dos antigos filósofos); comum, trivial, vulgar.
2. Há revelações que requerem, às vezes, mais de uma existência para serem melhor compreendidas.
O correto: Há revelações que requerem, às vezes, mais de uma existência para serem mais bem compreendidas.
Explicação: A norma gramatical propõe que devemos empregar a expressão “mais bem” sempre que anteceder um verbo no particípio, a exemplo de compreendido, preparado, organizado, desenhado, dotado etc.
Exemplos: Meu filho está mais bem preparado para as provas. O desfile esteve mais bem organizado este ano. Ana era a aluna mais bem dotada do colégio.
3. Perto de casa havia um centro espírita e já tinha ouvido falar bem sobre o mesmo.
O correto: Perto de casa havia um centro espírita e já tinha ouvido falar bem sobre ele.
Explicação: O vocábulo mesmo não deve ser usado no lugar do nome ou do pronome.
4. Dirigindo-se ao enfermo rebelde, o médico pediu, com rara energia, para ele voltar às atividades físicas.
O correto: Dirigindo-se ao enfermo rebelde, o médico pediu, com rara energia, que ele voltasse às atividades físicas.
Explicação: O verbo pedir requer objeto direto. Quem pede, pede algo, pede alguma coisa.
5. O Espiritismo nos diz que temos liberdade de escolha, mas teremos de arcar com as consequências da mesma.
O correto: O Espiritismo nos diz que temos liberdade de escolha, mas teremos de arcar com as consequências dela [ou disso].
Explicação: Os vocábulos mesmo e mesma não devem ser usados no lugar do nome ou do pronome.
6. Não podemos esquecer de que nada na vida é pra sempre.
O correto: Não podemos esquecer que nada na vida é pra sempre.
Explicação: O verbo esquecer pede objeto direto. Quem esquece, esquece alguma coisa.
7. O alcoolismo causou no meu amigo terrível dependência, que minou-lhe as forças por completo.
O correto: O alcoolismo causou no meu amigo terrível dependência, que lhe minou as forças por completo.
Explicação: o pronome relativo “que” é partícula atrativa e, por conseguinte, determina a próclise.
8. Caro mestre, pede a seus alunos para serem mais assíduos e pontuais.
O correto: Caro mestre, pede a seus alunos que sejam mais assíduos e pontuais.
Explicação: O verbo pedir exige objeto direto. Quem pede, pede algo.
9. Nossa tia tinha o hábito de assistir aos doentes da nossa rua, fossem ou não parentes seus.
O correto: Nossa tia tinha o hábito de assistir os doentes, fossem ou não parentes seus.
Explicação: O verbo assistir, na acepção de cuidar, prestar assistência, pede objeto direto.
10. Pediu o homem a seu vizinho: - Diga a seu filho para jamais fazer isso...
O correto: Pediu o homem a seu vizinho: - Diga a seu filho que jamais faça isso...
Explicação: O verbo dizer pede objeto direto. Quem diz, diz alguma coisa.
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