Nos passos da tarefa espírita e o Natal

Amigos queridos, leitores e leitoras do nosso Jornal O Imortal. Quase que uma surpresa... já estamos em dezembro de 2024. Confesso a vocês que o acúmulo de tarefas em nome de Jesus fez com que o tempo rendesse muito, e eu ou mesmo nós não o vimos passar.  Parece que foi ontem que as lembranças em nossas memórias tiveram seus acontecimentos guardados em nossos corações na época do Natal passado. Deles nos alimentamos e nos fortalecemos para prosseguir nos caminhos de Jesus.

Não tem como ser de outra maneira.  Em rodas de conversas de amigos, os assuntos brotam, alguns já conhecidos, outros nos surpreendem, e me lembro de que um assunto deu margem a que eu pensasse como lidar com isso. 

O que temos presenciado em alguns conhecidos em grupos espíritas, talvez iniciantes, é o desconhecimento do Espiritismo no seu tríplice aspecto ou tripé da moral, ciência e filosofia. Explico:  numa roda de conversa após um evento meses atrás, falamos sobre Amélie Boudet, ao que um dos trabalhadores perguntou:  Quem é?  Eu respondi: a esposa de Rivail, o nosso Allan Kardec.

A pessoa deu um sorriso, ou havia esquecido, ou realmente não sabia. Mas conduzia no seu grupo espírita um estudo de livro psicografado por um médium que a pessoa admirava. Percebi, alguns minutos mais tarde, que não havia até então estudado as obras fundamentais do Espiritismo.  Essa situação me deu ensejo de observar melhor a qualidade de estudo em algumas casas espíritas, para minha própria curiosidade. Não tenho nada contra estudos de obras outras, mas há estudos de livros psicografados por médiuns até mesmo desconhecidos da maioria. Que se mantenha o estudo que se desejar, que for aprovado pela diretoria da casa, mas que não se descure das obras espíritas que deram base total à Doutrina Espírita nascente, e que hoje norteia o verdadeiro espírita, que tudo faz para domar suas más inclinações.

Neste final de ano de 2024, nestas ruas iluminadas de Londres, neste período de inverno, onde às 16h da tarde já está escuro, e as velas de Natal iluminam todas as janelas das residências, luzes natalinas iluminam as vitrines decoradas, onde muitos reverenciam o WHITE CHRISTMAS, difícil encontrar um cartão de Natal que faça referência ao nascimento de Jesus Cristo... mas é lindo do mesmo jeito.  Às vezes falo para um amigo ou outro sobre a tradição brasileira dos presépios que nossas mães e avós montavam, explicando a história de Maria e José que deram à luz o menino Jesus na noite de 25 de dezembro. Sabemos que a data foi convencionada por alguns historiadores cristãos no inverno europeu como evento do Natal, que significa nascimento. No dia do Natal, no Brasil, as famílias se abraçam, trocam seus presentes, e o clima fraternal acontece, mesmo que seja uma vez no ano, como algo sagrado estar juntos no Natal.

E assim, de Natal em Natal, nessa rapidez do tempo que não espera ninguém, temos de acompanhar o progresso moral da humanidade, fazendo o impossível para que tal aconteça, pois o possível muitos fazem, seja aqui no Reino Unido, seja em terras de além-mar.
 

Elsa Rossi, escritora espírita radicada no Reino Unido, é presidente do Allan Kardec Study Group-Centre for Spiritist Teachings e conselheira da União das Sociedades Espíritas Britânicas – BUSS.



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