Napoleão de Araújo, um exemplo de amor

Napoleão de Araújo, o “Napo” (apelido que lhe deram seus familiares) ou “o Coronel”, como era chamado pelos carentes que diariamente, pela manhã bem cedinho, compareciam à porta da sua casa para a primeira refeição, o “café da manhã” preparado pelo Napoleão, para que pudessem começar o dia com uma alimentação, recebendo, como “sobremesa”, palavras de carinho e de força, que brotavam do coração do “Coronel” - em nome do amor ao próximo - permitindo um colorido espiritual à substanciosa refeição, foi verdadeiramente “um exemplo de amor”!

Assim foi Napoleão de Araújo, filho de Eduardo Schell Araújo e de Stella Araújo, nascido no dia 10 de março de 1935, na cidade de Ponta Grossa (PR). Teve como esposa Elci Cunha de Araújo e como filhos consanguíneos Eduardo, Eleine, Elciane, Edson, Elisiane, Emanuel, Everli, Eloise, Eveline e Endel, além dos “filhos do coração”, por ele adotados: Eva, Leonilda, Sônia, Carlos, Lourenço e Ana.

Uma de suas costumeiras atividades era juntar todos os seus filhos, colocá-los numa Kombi e, tendo sempre ao lado a esposa, Elci, dirigir-se às favelas para cortar o cabelo das crianças e de alguns adultos, ocasião em que a “família da Kombi” - o “barbeiro” e seus “aprendizes” - era recebida por todos com enorme alegria, em clima de festa. Enquanto cuidavam dos cabelos, Elci aproveitava para conversar com as mulheres, orientando-as sobre assuntos de interesse da família, assim como higiene, espiritualidade, relacionamento etc., além de trabalhos manuais para ocupação de forma útil, do tempo disponível, no lar. Napoleão, por sua vez, depois da tarefa inicial, passava a atender os homens, com eles dialogando.

Falando sobre seus pais, o filho Eduardo explicou oportunamente: “Eles queriam mostrar que o amor também poderia ser dividido com tudo que Deus criou. Ensinaram-nos a amar a natureza e a todos os seres vivos nos inúmeros piqueniques que fizemos na beira dos rios, cachoeiras e na mata virgem; nos ensinaram a amar e respeitar cada minúscula forma de vida pela expressão de Deus que elas representam. Afastar uma formiga com carinho, colocar uma aranha sobre o papel e levar para o jardim, cultivar uma horta, plantar uma árvore, uma roseira, uma jabuticabeira - mesmo sabendo que só dali uns quinze ou vinte anos alguém iria saborear seus frutos.”

Cada pessoa que trabalhava em sua casa recebia, na sua, a visita da família Araújo (o casal e as crianças), pois queriam conhecer sua moradia e condições de vida, para melhor poder ajudá-los.

Napoleão de Araújo era engenheiro e professor da Universidade Federal do Paraná, e Elci, psicóloga.

Inúmeras e variadas tarefas, encargos e missões foram, pela causa maior, atribuídas ao competente a ele, tanto no Centro Espírita como na Federação Espírita do Paraná...

Na Federação Espírita do Paraná, além de conselheiro e presidente de uma Região Federativa (1ª URE, com sede na capital, antes do seu desdobramento, exerceu o cargo de Secretário Geral, de Presidente e de vice Presidente, em várias ocasiões, a partir de 1981 até 2000.

Até os seus últimos dias no corpo físico, deu uma grande contribuição à Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas. Registre-se, também o fato do seu grande desempenho em favor do Trabalho de Unificação do Movimento Espírita (Estadual e Nacional).

Deixou sua “marca registrada” em quase todos os Departamentos e Serviços da Federação, entre as quais, na Livraria, no Jornal “Mundo Espírita”, nas Obras Sociais e Assistenciais mantidas pela Federação. Ressalte-se o respeito e o carinho com que tratava os funcionários da FEP (no que era correspondido).

Napoleão foi ainda entusiasmado discípulo de Lázaro Luís Zamenhof, portanto, esperantista.

Na qualidade de médium, tanto na psicofonia, quanto na psicografia, intermediou muitas e elevadas mensagens, especialmente nos momentos em que se faziam necessárias, por instrutivas.

Sua desencarnação ocorreu em 28 de novembro de 2005, aos 70 anos de idade, menos de um ano após o falecimento de sua esposa.

Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Biografias



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