Momento de misericórdia
“... Bem aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” (Jesus. Mateus, cap. 7)
Mais de 2.000 anos se passaram e o mundo necessita de paz. As pessoas precisam se amar.
Como a agressividade foi a tônica primitiva do ser, em seu início, para num mundo primitivo conseguir a sua sobrevivência, ainda hoje, depois do Mestre sagrado que mudou a história da Terra, para antes e depois dele, vemos pessoas agindo de modo absurdo na agressividade.
As pessoas mais velhas se perguntam o que houve com a humanidade, que se respeitava tanto. Onde se encontra o coração generoso dos povos, que se socorriam uns aos outros?
Ouvimos isso há pouco. Pessoas recordando o passado, não tão mais velhas assim, na faixa sexagenária.
Recordaram-se da época difícil da vida dos sítios. Muitas famílias morando na mesma fazenda. Todas se ajudando umas às outras.
Uma senhora foi lembrando sua infância, muito pobre. Disse ela que as roupas, quando eram feitas, eram do mesmo tecido, para todos. Tecidos comprados em fardos. Quando faziam pão, levavam para todas as famílias do sítio. Quando alguém matava um porco, era irmãmente dividido para todos. Todos se ajudavam. Quando uma mulher ganhava um bebê, todos lavavam suas roupas, passavam e entregavam tudo limpo, enquanto ela se recuperava dias após o parto. Era uma vida árdua, mas as pessoas tinham muito amor para dividir. Religiosidade, ligação com Deus, não importava a religião. Havia respeito.
Essa lembrança está na memória de muitas pessoas mais velhas, que dizem que hoje as facilidades são grandes demais; dispomos das facilidades da internet, mas as pessoas estão muito solitárias.
O desconectar-se da internet, do computador ou do whatsapp anda acontecendo de modo frequente. As famílias estão com seus membros voltando a gostar de estarem juntos, fruto positivo da Covid e do isolamento social, que fez com que as pessoas se aproximassem mais dos seus e descobrissem como é bom amar. Estão de novo com seus filhos e poderão novamente ensinar aos seus rebentos o amor ao próximo, a solidariedade e a fraternidade, registrada na história que a senhora sexagenária nos narrou. Estarem juntos, pais e filhos, faz grande diferença.
O tempo agora é de bondade e de amor. Muitos se cansaram de violência. Os filmes antigos eram água com açúcar, final feliz. Hoje, muito próximos da violência do mundo, estão vendo a audiência cair. As pessoas querem sonhar. Sonhar com amor e bondade. E o sonho se realizar. Isso é um fato. Cansados todos de violência.
A energia do planeta muda para melhor, de modo que nós também necessitamos mudar. Tornarmo-nos mais afáveis, mais dóceis, mais amorosos, mais propensos ao bem, mais cristãos.
Trabalharmos o amor em nossos corações é imprescindível.
A espiritualidade nos ensina sempre que a verdadeira vitória é a do amor.
Recordamo-nos de um trabalho mediúnico em que a fraternidade e o amor foram exemplificados intensamente. Aprendemos muito, como grupo, a força da misericórdia. Sempre aprendemos com a espiritualidade superior. Esse momento foi um deles.
Estávamos concentrados no trabalho mediúnico, quando um líder das trevas chegou muito agressivo, incitando os trabalhadores de Jesus a travar uma batalha sangrenta, armada, com eles. Estavam armados. Sabiam ser espíritos desencarnados. Queriam alcançar supremacia e poder sobre os cristãos. Queriam dominação com truculência.
O doutrinador foi falando com bondade sobre a real vitória, que é a do amor e do bem. Frisou que a violência é fraqueza e que a mansidão é força. Orientou que Jesus tinha imensa compaixão para com as nossas fraquezas e nos oferecia paz.
O líder se calou. Comentou atônito que eles acharam que venceriam com seu exército, mas que o exército de Jesus que ali se postava era muito maior que o deles. Estavam cercados e não conseguiam ver direito, pois ao redor deles o exército de Jesus irradiava fulgurante claridade, como se de cada espírito trabalhador de Jesus saísse uma luz que os cegava.
Achava ele que seriam derrotados, que tinham caído numa armadilha. O exército de luz foi-se aproximando e fechando o cerco. Os espíritos infelizes estavam aflitos e apavorados, certos da derrota em uma batalha iminente.
Quando os trabalhadores de Jesus se aproximaram a uma distância de cerca de uns 4 metros, reduziram o brilho. Por trás de cada um deles saiu um espírito feminino, usando roupas claras, verde, azul, amarelo, rosa, branco, à moda da antiga Grécia. Carregavam um cântaro nas mãos. Foram-se aproximando dos soldados das hostes inferiores que, atônitos, estavam petrificados.
Cada um daqueles espíritos de mulher se colocou na frente de um soldado e, ajoelhando-se diante deles, derramou suavemente o líquido benfazejo que havia nos cântaros e começou a lavar-lhes os pés e as feridas do perispírito.
Aqueles espíritos violentos se emocionaram até as lágrimas, com aquela misericórdia, com aquele doce amor. Renderam-se.
Este é um pálido exemplo da misericórdia de Jesus para conosco, seus irmãos menores.
Há que voltarmos para a doçura do amor.
Jesus nos pede que vençamos o homem velho e violento de ontem com a bondade e a compaixão.
Amemo-nos uns aos outros – eis a sua orientação para todos nós.
Que a generosidade e a fraternidade saiam da memória dos mais velhos e se tornem momentos reais, vividos por todos, na humanidade atual.
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