Levanta-te

“... Levanta-te, toma a tua cama e vai para casa. Ele se levantou e foi para casa...”  (Jesus. Mateus, 9:6 e 7)

Simbolicamente esse momento revela a nossa própria situação espiritual. Espíritos milenares, caminheiros do tempo, em múltiplas existências temos feito a nossa jornada em busca das virtudes, que devem fazer a nossa felicidade.

Muito temos acertado e muito temos errado. Tantas vezes nos comportamos como o paralítico retido no leito!

Jesus, o sol planetário, nos tem chamado à ação, a levantarmos e seguirmos em frente. A retornarmos à casa do Pai, Deus, que em sua infinita misericórdia nos envolve no seu amor.

O sofrimento provoca reflexões para o retorno à casa do Pai. A humanidade está em profunda dor. Hora de reflexão para o seu reerguimento. O retorno ao Pai está acontecendo. O mundo ora por todos. Todos estão orando por todos. À semelhança do paralítico Natanael Ben Elias, somos chamados a nos levantar. Tomar do nosso leito de inércia e corajosamente enfrentarmos a nós mesmos, na luta incessante de todos os dias rumo à nossa melhoria espiritual.

No capítulo 5 do Evangelho, Mateus relata, dos versículos 13 ao 16, as palavras de Jesus, para a nossa fortaleza e esperança:

Vós sois o sal da Terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com o que salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte, nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e, assim, ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai, que está nos céus.

Ensinos belos de Jesus, que nos lembram que somos luzes que precisamos despertar. Somos luzes! Precisamos lembrar-nos disso, na grande batalha que temos que vencer em nós.

Numa de nossas reuniões mediúnicas, há pouco tempo, um Espírito muito necessitado se comunicou. Gostava de guerrear. Lembrava-se de antigas batalhas. Numa delas, revelou que teve a honra de estar junto a Napoleão Bonaparte, em suas conquistas na Europa. Adorava batalhas e guerras. Agora, despertava ele, em que local? Nem tinha ouvido falar do Brasil. Referiu que estava sendo convocado para um renascimento aqui. Como ficariam as suas batalhas? As guerras que gostava de travar?

Viu nesse momento um outro Espírito, dirigente do trabalho. Foi instado na doutrinação a ouvir o que ele dizia. E ele repetiu o que ouvia. Que a batalha agora é diferente. Não é mais com sangue nas mãos. É dentro de si mesmo, talvez a mais intensa de todas as batalhas.

Ele perguntou se aquele velho era um sábio. E disse que tinha gostado da colocação. Que ele haveria de lutar com todas as forças nessa grande batalha e vencer. Que ele aceitava então reencarnar no Brasil e tentar vencer essa luta interior.

Na nossa trajetória espiritual, somos instados pelos benfeitores maiores a vencer as nossas mais profundas sombras.

O momento que vivemos agora é ímpar. Todos os momentos bem aproveitados no tempo são ímpares. Socorrem o Espírito imortal e o levam para a luz.

Que nossa luz brilhe. Que nossa sombra se desfaça ante a beleza da luz. Que tenhamos Jesus conosco sempre. Jesus continua atualíssimo e quem segue seu evangelho de amor encontra paz em si mesmo.

Levantemo-nos da profundeza da nossa ignorância milenar. Busquemos o conhecimento libertador. Tomemos o nosso leito e caminhemos com segurança, na certeza de que Jesus jamais nos deixa a sós no caminho. Sigamos com ele. Ele segue conosco. Apaziguemos o nosso ser interno. Aumentemos nosso amor. Sigamos em paz, carregando conosco, no trabalho do bem, o archote da esperança.

A luz deve brilhar em toda a parte. Para que ela brilhe, deve estar acesa em nós. Humildade, seguindo o mestre sempre e a sua misericórdia, com a dádiva do Espiritismo, uma centelha de amor, para a sofrida Terra, nos manterá de pé, mesmo em meio às maiores lutas que haveremos de travar em nós mesmos.

Mantenhamo-nos na casa do Pai, de amor, compaixão e bondade. Caminhemos sempre, melhorando cada vez mais.

O bem há de triunfar em nós e seguiremos cantando, como outrora no passado, quando os cristãos desciam cantando no Coliseu. O sacrifício agora é das nossas imperfeições. Sigamos firmes, cantando a beleza do amor em nossas atitudes cotidianas.



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