Jesus, guia e modelo da humanidade - Arnaldo D. R. de Camargo

Jesus foi um homem comum do seu tempo. Nasceu em Nazaré, trabalhou com seu pai. Os judeus de sua região (os nazarenos) eram conhecidos por fazer voto de pureza, adotando a castidade, a abstinência de álcool e, por tradição, deixar os cabelos crescer (tanto que na reprodução de diversos artistas o Cristo é retratado com longos cabelos).

No dia de sua condenação, em torno do palácio romano, os presentes gritaram: “Crucifica o nazareno”...

Mas Jesus é um espírito aberto e brincalhão, tanto é que em Mateus (11:18-19) ele mesmo fala do que falam dele, numa boa, sem cerimônia, sem se preocupar com o que poderiam os homens do seu tempo ou depois dele pensar: “Assim, veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: ‘Este tem demônio’. Então chega o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: ‘Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!’. Todavia, a sabedoria é comprovada pelas obras que são seus frutos”.

Se Jesus não estudou na escola judaica de então, onde ele foi beber a sabedoria que era comprovada pelos seus feitos magnéticos e espirituais, e sua sublime mensagem, que ele ensinou com amor e humildade, descortinando para seus seguidores o segredo da felicidade espiritual, no cultivo das virtudes morais?

A resposta está em Allan Kardec, que esclarece: “A alma é anterior, antes da sua união com o corpo tinha sua individualidade e a consciência de si mesma”. (1)

No Evangelho de João (1:15), temos a informação de que Jesus já tinha feito sua evolução em outros mundos, e que era um espírito perfeito: “João (o Batista) testemunha a respeito dele e exclama: ‘Este (Jesus) é o de quem eu disse: o que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim’”.

Voltando a Allan Kardec, o sábio francês que codificou o Espiritismo, quando ele pergunta aos espíritos de luz se Deus ofereceu ao homem um exemplar perfeito para servir-lhe de guia e modelo, a resposta é objetiva: “Vejam Jesus”.

E complementa o professor: “Jesus é, para o homem, o modelo da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade, na Terra. Deus o oferece a nós como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão da lei de Deus, pois Jesus estava animado pelo Espírito Divino, e foi o ser mais puro que surgiu na Terra.

“Se alguns dos que pretenderam instruir o homem na lei de Deus desviaram-no por falsos princípios, foi porque se deixaram dominar por sentimentos demasiado terrenos e porque confundiram as leis que regem as condições da vida da alma com as que regem a vida do corpo. Muitos tomaram como leis divinas simples leis humanas, criadas para servir às paixões e dominar os homens”. (2)

O Evangelho do Cristo é o edifício de redenção da alma na Terra, não mais através de dogmas ou teorias, e sim através do aperfeiçoamento do ser espiritual pela vivência da mensagem e do exemplo do Nazareno.
Fontes:

1. Allan Kardec, “O que é o Espiritismo”.

2. Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”, questão 625.


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor da Editora EME



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