Influência perniciosa dos espíritos - Rogério Coelho
Muito mais do que se imagina é a influência dos Espíritos sobre os encarnados
“De ordinário, são os Espíritos que dirigem os encarnados” - O Livro dos Espíritos, q. 459
Todos os dias as mídias estão se movimentando ao sabor dos escândalos de variegado jaez, entre eles a existência da terrível pedofilia perpetrada por criaturas situadas nos mais diversificados patamares sociais, inclusive (pasmem!) religiosos.
Mas Kardec já havia assinalado que tais despautérios poderiam ocorrer, uma vez que são lançadas nas correntes sociais – todos os dias – criaturas entregues aos próprios instintos e totalmente deseducadas.
Os Espíritos maus só influenciam negativamente as criaturas que lhes oferecem “plugs” de sintonia. Daí a propriedade do “vigiar e orar” ensinado por Jesus.
Nas páginas 222 a 223 do livro “Bezerra de Menezes, Ontem e Hoje” (FEB) este nobre Espírito explica com muita propriedade o seguinte: “(...) os maus Espíritos, que representam o papel atribuído ao demônio, têm a faculdade de fazer-nos mal, atuando fluidicamente sobre nós, como em vida atuavam materialmente.
Não nos espancam nem nos ferem o corpo, mas nos inspiram maus pensamentos, maus sentimentos, resoluções terríveis... Chegam a dominar nossa vontade, ao ponto de nos tornarem submissos, como um hipnotizado.
Temos o direito e o poder de reagir, repelindo suas insinuações; mas, não vemos na vida como certos perversos vão pouco a pouco seduzindo aqueles que marcam para suas vítimas, até dominá-las, e os levarem para onde querem, e disporem da sua vontade?
O fato, pois, da influência dos Espíritos sobre os viventes, é o mesmo da que estes exercem, uns sobre os outros. Tal influência apresenta diversos graus: vai da simples insinuação, à dominação completa da vontade.
O uso que fazemos do nosso livre arbítrio, na repulsão daquela causa perturbadora, pode ser eficaz ou inútil, conforme a natureza dos nossos sentimentos. Se forem bons, a nossa, resistência rechaçará todos os ataques do inimigo. Se forem maus, serão ventos a auxiliarem as correntes do inimigo.
Cada um de nós forma sua atmosfera moral, dentro da qual somente podem penetrar Espíritos da nossa natureza, que são os únicos que a podem respirar, se nos permitem a expressão.
Assim, ao que modela suas ações, seus pensamentos e seus sentimentos, pelas normas do dever e do bem, não podem chegar senão Espíritos adiantados, jamais os maléficos.
Vice-versa, ao que leva vida desregrada, mais preocupado com a satisfação de seus instintos carnais do que com o cumprimento de seus deveres, segundo o bem, não podem chegar senão Espíritos atrasados, que só arrastam para o mal: jamais os benéficos, salvo os que vierem em missão de caridade.
Entre estes extremos, uma infinita variedade, propendendo mais ou menos para a resistência, ou mais ou menos para a submissão.
Se o homem bom, que é por isto assistido pelos bons Espíritos, desfalece na prática do bem, porque seu livre-arbítrio é incoercível, rompe por suas mãos o cordão sanitário que o isolava dos maus Espíritos.
Se a fraqueza é transitória e o reerguimento pronto, o eclipse apenas visível aos habitantes do mundo espiritual será um ponto negro no livro de sua vida, de que o acusará a própria consciência.
Se, porém, o infeliz, longe de reagir sobre si mesmo, se entrega ao desânimo, seus amigos invisíveis se afastarão e os inimigos o tomarão a si.
Dá-se então, um desses descalabros morais, que tantas vezes nos compungem e escandalizam, de ver-se um homem, sempre respeitável por seu caráter, descer à maior baixeza”.
Comentário