Hilda Lannes
Divulgadora do Espiritismo e do Esperanto, Hilda Lannes nasceu dia 18 de agosto de 1931, na cidade de Centenário (MG), e desencarnou em 16 de dezembro de 1998, em Niterói (RJ).
Era filha de Isaias P. Lannes, profitente do Protestantismo, de modo que a família vivia sob os mais severos princípios do dever religioso.
De Centenário, onde a menina nasceu, sua família transferiu-se para Governador Valadares (MG).
Seu pai, respeitável delegado de polícia, estava a serviço de sua profissão. A pequena Hilda contava apenas quatro anos de idade quando disse à sua mãe: “Mamãe, nós não temos mais pai!”
A mãe, surpresa com tais palavras e esperando tratar-se de uma fantasia de criança, pediu-lhe que fosse brincar com os irmãos. À noite alguém bateu à porta, e para imensa tristeza da família informou a morte do delegado, ocorrida em serviço. Ele contava 34 anos e morreu em função de uma emboscada, quando realizava uma diligência policial.
Acostumada às reflexões sobre o Evangelho e com o hábito da prece, muitas vezes ela sentiu impulsos para escrever. Tomava de papel e lápis, escrevendo com facilidade e fluência poemas que falavam da relação do homem com Deus. Nessa época, ela não tinha nenhuma noção sobre o Espiritismo e a mediunidade. Por isso, achava esquisito que no final aparecia uma assinava com nomes estranhos. Manteve um caderno repleto desses escritos e só alguns anos depois é que entendeu o que havia ocorrido, quando conheceu o Espiritismo.
Formou-se professora e passou a dedicar-se à alfabetização de crianças e adultos.
Casou-se em 1954 com Walter Lima Salles e, fruto do casamento, teve duas filhas, Mary e Milma. Dois anos depois separou-se do esposo, quando estava grávida da segunda filha.
Dedicou-se desveladamente à educação das filhas e não tornou a casar-se, adotando mais tarde um menino, de nome Michel, que amou e educou.
Anos depois a filha Mary deu-lhe uma neta, Moara, que ela chamava carinhosamente: “Gota de luz na minha eternidade”.
Em 1969, transferiu-se para Niterói (RJ), com as filhas, onde continuou seus estudos acadêmicos. Formou-se em advocacia. Em 1976 estudou o Esperanto.
Estudou a obra de Allan Kardec e muitas outras obras clássicas da doutrina espírita. Ocupou o cargo de Diretora da Assistência aos Necessitados da União da Mocidade Espírita de Niterói (UMEN) e mais tarde da Federação Espírita do estado do Rio de Janeiro, em Niterói.
Em 1992 participou da assembleia que fundou a Associação Cooperativa Esperantista, em Niterói, como sócia fundadora.
Seu desencarne deixou para os esperantistas um sentimento de gratidão pelo trabalho amoroso que Hilda Lannes dedicou à divulgação do Esperanto.
Fonte: Anuário espírita de 2000
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