Formação mediúnica

Anotando a formação mediúnica, comparemo-la aos serviços do solo.

A terra desdobra recursos para sustentação do corpo.

A mediunidade cria valores para alimento do espírito.

A terra, mesmo quando possuída pela floresta brava, produz, de maneira mecânica, se lhe atiramos algumas sementes; contudo, a lavoura, nesse regime, surgirá em condições anômalas.

A mata dominante abafará, decerto, as plantas nascituras.

Animais comparecem na posição de primitivos donos da gleba, injuriando-lhes as folhas.

Vermes destruidores ameaçam-nas, a cada instante. Enxurrada e sombra constantes constituem-lhes empeço à vida.

Mas se o trato de selva for cultivado contra a invasão de todo elemento estranho e mantido em trabalho, conseguiremos, em breve, o celeiro de pão, seguro e rico.

Também a mediunidade, mesmo quando encravada no psiquismo de alguém que paixões subalternas dominam, produz, de maneira mecânica, quando se lhe entrega determinado gênero de ação; contudo, a tarefa, nesse regime, surgirá em condições anômalas.

Tendências Infelizes abafarão decerto a obra recém-nata.

Sentimentos inferiores comparecem, na posição de primitivos senhores da alma, inutilizando-lhe as promessas.

Agentes da discórdia ameaçam-na, a cada instante.

Lodo moral e perseguição gratuita constituem-lhe empeço à vida.

Mas se a personalidade mediúnica for educada contra a Invasão de toda sombra de ignorância e mantida em serviço, conseguiremos, em breve, o celeiro de luz, seguro e rico.


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Não há desenvolvimento mediúnico, para realizações sólidas, sem o aprimoramento da individualidade mediúnica.

No caso da terra, o lavrador será mordomo vigilante. No caso da mediunidade, o médium será o zelador incansável de si mesmo.

E médium algum se esqueça de que é na terra boa abandonada que a praga e a serpente, o espinheiro e a tiririca proliferam mais e melhor.


Do livro Seara dos Médiuns, cap. 41, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



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