Epes Sargent

Epes Sargent nasceu no estado americano de Massachusetts, em Gloucester, no dia 27 de setembro de 1813.

Sua vida apresenta muitos pontos de semelhança com a de Allan Kardec, nascido nove anos antes. Ambos produziram excelentes livros didáticos; defenderam com heroica bravura, até o fim de suas vidas, o Espiritismo nascente; diminuíram todas as atividades da vida para tratarem principalmente do novo ideal; foram casados e não tiveram filhos; escreviam com muita clareza, ao alcance de todas as pessoas; dominavam línguas de importância mundial e foram contemporâneos. Estes e outros pormenores revelam que desempenharam o papel de missionários da mesma obra de transformação do mundo materialista em mundo espiritualista, e deixaram livros que cumpre reimprimir sempre até que realizem seu glorioso destino: a conversão da humanidade.

Epes destacou-se como fecundo escritor, sobressaindo-se com marca de genialidade nos inúmeros jornais em que trabalhou, oferecendo ao público milhares de artigos, cujos temas de tão variados fizeram longas incursões pelos caminhos da filosofia, da moral e da ciência com talentosa fertilidade. Escreveu narrativas, comédias, tragédias, dramas, e obras-primas da poesia tais como Canções do Mar e outros poemas que arrancaram elogios dos mais famosos críticos literários americanos.

No plano educacional, ele contribuiu sobremaneira, escrevendo obras didáticas para estudantes e professores, o que lhe conferiu o título de educador emérito, sendo o seu nome citado nos mais longínquos rincões da América. Não havia escola nos Estados Unidos onde o seu nome não figurasse como autor a ser lido e comentado, contribuindo assim para a formação intelectual e o enriquecimento moral da juventude de seu país. Homem de conhecimentos diversificados, dotado de polivalência cultural, não lhe faltavam pedidos para a composição de versos apropriados para ocasiões especiais, principalmente para representações teatrais.

De 1852 a 1856 editou em numerosos livros as vidas e produções de célebres poetas ingleses, entre eles, Thomas Hood, Rogers, Collins, Thomas Campbell, Thomas Gray e Goldsmith, além de traduzir para o seu idioma importantes obras literárias.

Nos últimos 30 anos de sua existência, Sargent veio a interessar-se pelo Espiritismo, estudando-o contínua e profundamente, dedicando muito de suas energias em procurar absorver toda a sabedoria que esta doutrina encerra. Cético a princípio, assistiu a inúmeras experiências e, realizando-as igualmente por conta própria, não demorou a convencer-se da veracidade dos fenômenos observados, passando a defender a nova realidade que lhe transformara o intelecto, dotando-o agora de uma aura brilhante, fruto do seu entusiasmo e vontade firme.

Pensador profundo, espírito indagador e emancipado de preconceitos científicos ou religiosos, soube extrair de fatos que observou uma bela e grandiosa filosofia espírita da vida universal e dos destinos do homem, em particular. Sua inteligência e sua pena materializando belas páginas sobre a consistência do Espiritismo invadiram os maiores periódicos americanos.

Em contínua comunicação com líderes espiritistas de sua pátria e de toda Europa, Epes Sargent mantinha-se informado da evolução teórica do Espiritismo, bem como das pesquisas que homens sérios efetuavam iniciando o soterramento da velha era do materialismo.

Em plena atividade literária, Epes contraiu uma afecção pulmonar da qual nunca mais se recuperaria. Nos últimos dois anos de sua via, seu estado orgânico debilitou-se com o surgimento de um câncer na boca, que lhe impedia a manifestação oral, sem contudo neutralizar-lhe as atividades intelectuais concentradas na elaboração da fase final do seu último trabalho: Bases Científicas do Espiritismo.

Em 1880 a doença lhe absorveu as últimas reservas de forças vitais. Estava concluída a grandiosa obra da sua vida que jamais seria esquecida. Ele faleceu no dia 30 de dezembro de 1880, em Boston, Massachusetts, EUA, aos 67 anos de idade.



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