Encontro inesquecível
Os espíritas, de modo indubitável, conhecem as comunicações dos espíritos com os homens. Isso inclusive é um dos postulados do Espiritismo.
Observamos uma grande parte de espíritos, em trabalhos mediúnicos, quando são atendidos, por não saberem de sua condição de desencarnados, estranharem muito que não são mais amados, que as pessoas que gostavam deles agora os relegam ao ostracismo, não conversam com eles, não lhes dão atenção. Uma queixa comum de se notar em reuniões mediúnicas. Ainda não perceberam que já não fazem mais parte do mundo físico, que seu corpo humano já morreu. Sofrem por isso. Esclarecidos, compreendem e se aliviam, pois, afinal, não estão sendo vistos ou ouvidos, não estão menosprezados, como supunham, apenas estão desencarnados.
Uma jovem senhora, não espírita, contou-nos dois sonhos deveras interessantes, pois que corroboram a observação espírita e, pode-se dizer, não induzida pelo conhecimento do fato, pois completamente leiga no assunto. Somente há algum tempo foi que se interessou em procurar a leitura de livros espíritas, particularmente “O Livro dos Espíritos”.
O primeiro sonho deu-se duas semanas após a desencarnação de sua querida mãe. No sonho, disse-me, ela se reconhecia encarnada e sua mãe parecia uma nuvem esbranquiçada: percebeu então que era o espírito de sua mãe, que estava muito zangada com ela. Chamava-lhe a atenção com veemência: “Você, minha filha, está me ignorando! Não me responde quando eu falo, não me dá atenção alguma! Eu sou sua mãe! Você não pode me tratar desse jeito!”
A jovem explicou à mãe que ela já tinha morrido, que não estava mais na Terra e que precisava partir para o lugar que lhe estava reservado, que não era mais aqui. A jovem, então, chamou um grupo de pessoas, no sonho, que ela sabia que estavam ainda encarnadas. Todas amavam muito sua mãe. Fizeram um círculo, de mãos dadas. Começaram a cantar a música “Segura na Mão de Deus”. Viram dois seres luminosos descerem, darem as mãos para a mãe dela e a mãe se tornou uma luz e ascendeu com eles. Foi um trabalho de auxílio durante o sonho. A narrativa é muito semelhante a situações que observamos em diálogos com os espíritos em reuniões mediúnicas. Sua mãe foi ajudada por ela mesma e pelos amigos espirituais.
Na questão 402 de “O Livro dos Espíritos” Kardec pergunta como se pode avaliar a liberdade do espírito durante o sono. Os espíritos respondem que é pelos sonhos. Quando o corpo repousa, dizem eles, o espírito dispõe de mais faculdade do que no estado de vigília. Tem a lembrança do passado e, às vezes, a previsão do futuro: adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros espíritos, seja deste mundo, seja do outro.
Na mesma questão, dizem eles que o sono liberta parcialmente a alma do corpo. Quando o homem dorme, momentaneamente se encontra no estado em que estará de maneira permanente, após a morte.
A jovem teve um sonho inteligente. Sonhos inteligentes denotam uma capacidade de se desprender facilmente da matéria com a morte. Ela já revela essa facilidade, encarnada. Relatou-nos que já se viu algumas vezes fora do corpo, flutuando no teto e olhando o seu corpo. Se fosse espírita, seria uma médium com grande facilidade de desdobramento.
O segundo sonho deu-se alguns meses após o primeiro. Sua mãe lhe apareceu. As duas se abraçaram com saudades. A mãe a tomou pela mão e lhe disse que a ia levar aonde estava trabalhando. Com a rapidez de um relâmpago, como num flash, viu-se com sua mãe num hospital. “Eu vim trazida para cá, quando vocês me socorreram”, disse a mãe. “Fiquei em tratamento aqui, por algum tempo. Agora, trabalho aqui. Vou levar você para ver aonde estou morando.” Um flash novamente, rapidez de relâmpago, e ela se viu com a mãe volitando sobre uma linda cidade espiritual.
Esses sonhos, e sua filhinha, que desde bebê e agora com nove anos costuma ver os espíritos, uma criança linda, calma, vidente, a despertaram para o estudo do Espiritismo. Que possa aproveitar bem.
Que os espíritas, de modo geral, possam aproveitar também, ao máximo, pois tudo isso sabem. e muito e muito será pedido a quem muito foi dado.
Temos a honra de estar nas fileiras do Espiritismo. Continuemos nossos esforços intensos de aprimoramento de virtudes e sirvamos ao bem até o limite de nossas forças, enquanto pudermos exemplificar.
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