Decida ser feliz: isso cabe unicamente a você! - Rogério Coelho

O bem que se faz é semente de luz atirada na direção do futuro

“(...) Na Terra, a felicidade somente é possível quando alguém se esquece de si mesmo para pensar e fazer tudo que lhe esteja ao alcance em favor do seu próximo.” - Joanna de Ângelis

Sabiamente alguém disse algures: “entre ter razão e ser feliz, prefira ser feliz!”

A felicidade se parece muito com a linha do horizonte: quando caminhamos em sua direção ela vai-se afastando... Aprendemos mesmo que ela não é deste mundo, mas, sem embargo, podemos ser – desde já – relativamente felizes se não a procurarmos nas coisas materiais e, sim, se a cultivarmos na transcendência do Espírito.

Segundo os Benfeitores espirituais, a única felicidade que podemos ter nesta Terra é a paz do coração.  E isso já não é o bastante em um mundo de provas e expiações tão convulsionado pelas dores e escarcéus?!

Se elegemos Jesus como nosso “Modelo e Guia” temos que prestar atenção no Seu modus vivendi e operandi, uma vez que Ele é o nosso Caminho da Verdade e da Vida, e consequentemente, da felicidade.  Reparemos, em primeiro lugar, que Sua compaixão é ilimitada. E a compaixão vai sempre na vanguarda da Caridade, sem a qual não há salvação possível.

Irmão Silvério (Espírito), sabendo muito bem disso, inspiradamente ensinou (1): “(...) a Sua (de Jesus) era uma compaixão feita de amor e de misericórdia, mediante os quais distendia os tesouros da afabilidade e da paz a todos. Em toda e qualquer circunstância Ele sempre era tomado pela compaixão: compadeceu-Se da viúva de Naim, que chorava o filho morto, da mulher cananeia, que Lhe rogava ajuda para livrar a filha da enfermidade humilhante, sempre respondendo com ternura e sabedoria a todos os apelos que Lhe faziam os aflitos e os deserdados. O Seu amor atendia incessantemente, jamais deixando de penetrar o íntimo de quem quer que se Lhe acercasse em desespero e carência.

Hoje, como ontem, as multidões prosseguem sucedendo-se esfaimadas de pão, de justiça, de oportunidade para ser feliz, de amor, e Ele continua atendendo-as, porque essa é a Sua mensagem de vida eterna. Mantendo-se fiel ao compromisso de que sempre (quando fosse solicitado), atenderia o apelo, eis que, neste momento, a Sua inefável compaixão alcança-nos, ensejando-nos a ajuda de que carecemos para as nossas inúmeras necessidades. A este respeito, não existe qualquer dúvida. Necessário, porém, recordarmo-nos que, depois de atender aos aflitos e infelizes, orientava-os a que não voltassem ao erro, libertando-se dos seus grilhões, de modo que ficassem indenes a acontecimentos mais desastrosos.

Desse modo, o empenho e a luta para conseguir-se a harmonia que trabalha a seu favor, deve constituir o primeiro movimento de todo aquele que anseia pela mudança de situação emocional, física, econômica, social e espiritual... Mediante esse esforço de renovação interna, combatendo as sombras teimosas que se aninham na mente e dominam o coração, é que se instalarão as claridades inapagáveis do bem-estar que enseja saúde e paz.

Despir-se das mazelas que sobrecarregam o ser com aflições desnecessárias, renovando os conceitos a respeito do prazer e do viver, que passam a expressar-se de maneira diferente da habitual, daquela que impõe a posse e o gozo irresponsáveis, despertar para a compreensão de valores mais importantes quanto duradouros, tornam-se os primeiros passos para a conquista de si mesmo, a fim de poder-se avançar por diferente rumo propiciador da felicidade.

Enquanto se permaneça arrimado aos mecanismos escapistas do eu não consigo, do eu sou infeliz, do ninguém me ajuda, a existência transcorrerá sob penas e desaires. No momento, a partir do qual haja uma mudança de conduta mental e física para a ação dignificadora, tornar-se-ão viáveis as realizações de enobrecimento e de libertação.

O amor de Deus é o mesmo para com todos! Ninguém, que se apresente mais bem aquinhoado, em detrimento de outrem. Ocorre, no entanto, que cada qual possui o que recolhe com maior ou menor amplitude, podendo desfrutar do que se encontra armazenado, resultante da coleta realizada. É imperioso, desse modo, o esforço pessoal. Os Espíritos Guias e familiares, em nome de Deus, ajudam, mas não têm permissão para eliminar os padecimentos que foram gerados por aqueles mesmos que os carregam. São mestres e amigos que auxiliam, sem retirar a responsabilidade do educando que, de outra forma, irresponsavelmente volveria aos conhecidos tormentos, logo os tivesse diminuídos, o que, infelizmente, após haver-se libertado volve a buscá-los.

Com a consciência de que tudo é possível àquele que crê, de acordo com a recomendação do Mestre Jesus, empenhemo-nos em conseguir o bem-estar e a alegria de viver com saúde, edificando a harmonia no coração e seguindo sempre adiante.”

Segundo um Amigo espiritual o amor mesclado à compaixão robustece as forças do navegador no oceano da matéria, porque o mantém vinculado à Esfera Polar Divina, que o norteia, apontando sempre o rumo correto por onde seguir. Dessa forma, não há como não atingir o alcandorado e protetor porto da felicidade legítima e imorredoura.    

(1) FRANCO, Divaldo. Entre os dois mundos. 3.ed. Salvador: LEAL, 2006, p. 170.



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