Brogotá e Huracán , anjos bons, que orquestram a paz nos corações

Certa feita, alguns anos atrás, numa reunião mediúnica privada, estando presentes em torno de 13 médiuns e participantes, comentei ao final da reunião a presença amorosa e forte de dois espíritos africanos angolanos, vestidos de guerreiros. Esses dois espíritos se mostravam como protetores para a solução da difícil situação por que passávamos no movimento espírita. Esses espíritos estão ligados a casas espíritas que atendem muitos espíritos drogados, suicidas, alguns ligados a irmãos e irmãs por prazer, nem é por vingança, mas pela necessidade de absorver o etílico das drogas, que arrastam jovens aos despenhadeiros da própria vida. Essas situações chegam até as nossas casas espíritas.

Recordo-me de que alguns dos médiuns mostraram ares de descontentamento por termos a presença dos espíritos guerreiros de tribos africanas naquela reunião. Guardei comigo por anos essas preciosas presenças, e vez ou outra oro para que eles, se puderem, nos protejam e nos ajudem os mais enfraquecidos.

Janeiro de 2020... Qual momento maravilhoso que eu, apesar de anos no movimento espírita, desconhecia, aconteceu de surpresa mesmo. Confesso que desconheço mesmo muitos acontecimentos na história do movimento espírita. “É uma bênção quando de tempos em tempos venho a ‘descobrir’ as novidades abençoadas.”

Na conversa fraterna em visita a amigos na cidade de São Paulo, em janeiro de 2020, o ritmo gostoso da conversa caminhou para a informação recentemente recebida do espírito Carlos Gomes. E fiquei sabendo então que, numa de suas encarnações no Brasil, Carlos Gomes foi o índio Brogotá, com uma história linda a ser pesquisada e conhecida.

Buscando mais informações a respeito que dessem base a essa descoberta agradável, repasso aqui o que retirei da Web. É provável que muitos leitores já conheçam essas informações, mas, assim como eu, muitos devem desconhecer. Eis o link: https://espiritismoemnovaera.wordpress.com/2017/06/11/colonias-legiao-do-indio-brogota/

ESPÍRITO ÍNDIO BROGOTÁ - Irmão guerreiro, responsável, ao lado do Irmão Paraguassu, na tarefa de desarticulação de grupos de espíritos drogados e viciados que na sua ignorância persistem a perturbar e obsidiar irmãos encarnados, principalmente jovens desprevenidos da ligação com os mentores espirituais. Brogotá, esta figura das matas, pintado sob a ótica de um médium, está sempre a nos amparar quando o invocamos como guerreiro do Divino Cristo Jesus.

De acordo com Martha Gallego Thomaz, médium brasileira e escritora, Carlos Gomes foi uma das reencarnações de Brogotá, um chefe indígena que levou sua tribo à evangelização. No livro de sua autoria sobre as Fraternidades do Espaço, quando se refere à Fraternidade da Rosa Mística, informa sobre a colaboração das Correntes Indígenas quanto à limpeza psíquica e o auxílio de Brogotá. No meio de músicos ele aparece como Carlos Gomes, mas quando precisam de socorro forte ele surge como Brogotá.

A enorme riqueza espiritual de Brogotá se faz presente na FEESP desde o início de sua organização, juntamente com uma legião de dois mil companheiros que se mantêm vigilantes na proteção e na manutenção da ordem.

Brogotá é um dos mentores espirituais da Instituição Beneficente A Luz Divina, formando a Cúpula Protetora dessa Casa, juntamente com Pai Itajubá, Pai João e o irmão Rubens W. Rigon.

A HISTÓRIA DESSE ESPÍRITO - Uma de suas encarnações se deu na Itália, numa das famílias mais perigosas e nefastas da história, os Bórgias, que amargaram, na Espiritualidade, as consequências dos escândalos e orgias da vida napolitana. Brogotá compartilhava dessa vida de erros, mas também participava das atividades artísticas e era grande apreciador de música. Foi desse núcleo de erros e de maldades que foi arrebatado para a Espiritualidade.

Reencarnou então no Brasil, mais precisamente na foz do rio Amazonas, como índio. Já adulto, de porte elevado e forte, conseguiu reunir as tribos ensinando as estratégias da mata e mantendo a união de todos, orientando-os como extrair, no bater da madeira, o compasso da música.

Em 11 de junho de 1836 Brogotá reencarnou em Campinas (SP) com o nome de Antônio Carlos Gomes, filho de modesto músico, Manuel José Gomes, e Maria Fabiana Jaguary Cardoso.

Recordo-me do livro O Semeador de Estrelas, de Suely Caldas Schubert, capítulo 31 - O "DEUS" HURACÁN. Vai aqui apenas uma parte do capítulo aos leitores de nosso amado O Imortal:

“Prossegui, e, quando me preparava para a pré-tarefa de terminar, vi aparecer, à porta de entrada, um ser luminescente, estoico, em corpo espiritual como nunca havia visto antes com tanta beleza. Parecia um deus da mitologia, mas era um deus asteca. Ele estava de torso nu, uma compleição robusta, parecendo ter dois metros de altura, uma perfeição; os olhos eram duas lâmpadas que me alcançavam. Sobre a cabeça havia um tipo de cocar especial, feito de plumas de quetzal, que é a ave nacional (de onde se originou a moeda) que dá uma pluma que chega a ter dois metros.

[...]

O Espírito veio vindo, chegou-se até mim e, naquela grandiosidade, disse-me: — Chamam-me Huracán; eu sou tido como o deus que criou o povo asteca. Sou teu amigo e teu irmão. Venho para encerrarmos a nossa noite. Continua!

A mente dele, entretanto, era tal que a minha se inundou de inspiração e, dentro do tema da imortalidade, eu dizia, terminando: — Para vós não é estranho o tema da imortalidade, porque quando Huracán desceu à Terra, tomou do lodo do riacho para formar a raça asteca, soprou-lhe a imortalidade da alma... e comecei a contar a história do povo asteca, que não conhecia, mas que me chegava em clichês psíquicos transmitidos pelo Espírito.”

Tenho muita alegria em saber que a espiritualidade atua de várias formas, independentemente de queremos encaixá-la em nosso modo de pensar tão quadrado. Só sei que nada sei e não julgo, mas aprecio os belos acontecimentos, envolvendo nossos irmãos espíritos indígenas, donos de terras brasileiras, ou como  Huracán, em terras da Guatemala ou seja qual for, em terras altas ou baixas de além-mar.

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Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é presidente da BUSS - British Union of Spiritist Societies. 



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