A invisível rede da interatividade material-espiritual - Rogério Coelho

Os roteiros oferecidos pelo Evangelho do Cristo isentam-nos das influências malsãs

“Os Espíritos influem  em  nosso pensamento a tal  ponto que, de ordinário, são eles que nos dirigem.” - O Livro dos Espíritos – q. 459


A inter-relação existente entre o Mundo Material e o Mundo Espiritual é por demais ostensiva para ser ignorada... Não é por ser invisível e transcendental que deve ser negligenciada, uma vez que tal interatividade afeta a economia de nossa vida, nos dois planos existenciais que interagem sem cessar.

Assim como seremos conhecidos e influenciados pelas companhias que elegemos, seremos também – igualmente influenciados – pelas companhias espirituais compatíveis com o nosso “modus-vivendi”.

Segundo Allan Kardec , “(...) os Espíritos maus “farejam” as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo somático. Portanto, assim como se limpa o corpo para evitar os agentes deletérios, também se deve limpar a alma, para evitar os maus Espíritos”.

Não sintonizando com os baixios das vibrações malsãs estaremos guarnecidos com os recursos necessários que nos vacinarão contra o assédio de nossos irmãos infelizes.

“Assombração sabe para quem aparece”, já dizia sabiamente o velho brocardo popular...  Vivendo em um planeta de provas e expiações, evidentemente estaremos sempre rodeados por uma “nuvem de testemunhas”, constituída pelos Espíritos de incontáveis matizes evolutivos com maior abundância dos de baixo estofo.

Nem sempre nossa vigilância e bom padrão vibracional nos colocarão à salvo deles, entretanto, buscando sempre a sintonia junto aos alcandorados cimos espirituais, mais força teremos para resistir-lhes às investidas malsãs tão prejudiciais em todos os sentidos.  Daí Jesus nos recomendar com propriedade, com pertinência: “vigiai e orai para não cairdes em tentação” .

Ainda nesse passo, o insigne Codificador da Doutrina dos Espíritos esclarece : “(...) duas origens podem ter qualquer pensamento mau: a própria imperfeição de nossa alma, ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma alma imperfeita. De sorte que aquele que venha a falir não poderá invocar por escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução.

Quando surge em nós um mau pensamento, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o mal, mas a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se se tratara das solicitações de uma pessoa viva.

Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu lado, o nosso Espírito protetor combate em nós a influência e espera com ansiedade a decisão que tomemos. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência.

Reconhece-se que um pensamento é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem”.

Portanto, impossível será oferecermos passividade aos Espíritos maus se nos mantivermos sempre dentro de um padrão comportamental situado dentro das abendiçoadas balizas do Evangelho de Jesus, nosso singularíssimo “modelo e guia” maior.         



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