A doença não se acaba com o suicídio - Arnaldo D. R. de Camargo

... a propagação das ideias materialistas é o veneno que inocula em um grande número de pessoas a ideia do suicídio, e aqueles que dele se fazem apóstolos assumem uma terrível responsabilidade.  Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo (Editora EME)

As ideias nascem de nossos desejos e interesses e, portanto, povoá-las de bons e nobres desejos e de interesses elevados e sentimentos generosos é uma forma de contribuir para uma vida melhor, que começa em nós.

A campanha Janeiro Branco objetiva levar às pessoas a conscientização sobre a Saúde Mental, mês este em que as pessoas refletem mais sobre a vida e suas relações sociais (recomeço de ano...), contando com muitas frases motivacionais: “Se formos livres por dentro, nada mais nos aprisiona por fora”; “Foque no que depende de você”.

Momentos de dificuldades, tristezas e incertezas sempre existiram e vão continuar a existir, porque ainda não somos perfeitos e não conseguimos conhecer todas as verdades e, às vezes, as mais necessárias para que conquistemos a harmonia interior.

A incerteza, assim como a vontade de beber, de fumar ou de usar drogas – tenho aprendido muito na recuperação de pacientes de espaços onde sou terapeuta – é passageira. Tudo passa, devemos acreditar e confiar em Deus e em nós mesmos, e na prática temos acompanhado o sucesso de muitas pessoas que se superaram.

Ter dificuldades é natural, é motivação para crescimento, ou mudamos ou tudo se repete. Entendendo que ainda não somos a pessoa que gostaríamos de ser, perfeita, justa, generosa, vivendo um dia de cada vez e nos esforçando para ser melhor, com a graça do Poder Superior percebemos que já não somos mais o arrogante, exigente, cínico que éramos. Começamos a despertar e enxergamos que nenhuma semente acorda no solo e no outro dia já é uma árvore.

Em alguns países os materialistas conseguiram legislação que permite o suicídio assistido bem como a eutanásia ativa, em várias circunstâncias, diante de certas enfermidades, diante da velhice, o que é uma verdadeira fake. A morte dessa forma não traz o descanso nem a cura nem o sono eterno, demonstram as comunicações dos espíritos dos que tentaram sem sucesso abreviar a vida.

Veja a reflexão que esse escritor e pastor batista americano, Paul David Washer, faz: “O novo coronavírus matou um milhão e oitocentas mil pessoas no mundo em um ano. É bastante coisa. O aborto mata em média cinquenta e cinco milhões e novecentas mil pessoas por ano. O primeiro chamam de pior epidemia do século. O segundo chamam de direito”.

As dificuldades, as enfermidades e a velhice não são más, elas sinalizam experiências, amadurecimento e direção. Abençoada é a vida concedida por Deus, graciosamente para todos, onde aprendemos conosco e com os outros.

O caminho para a felicidade não é reto, existem curvas chamadas equívocos, dores e envelhecimento. Os amigos são os semáforos – pare, olhe e siga. E as luzes de ajuda, amparo e precaução chamamos de família. E o condutor de nossas vidas, em torno do qual gravitamos e buscamos soluções, é chamado Deus – Ele nos dá em abundância, paciência, fé e amor.
 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME