Reflexões sobre a vida e vida em abundância

Perdemos a conta de quantas vezes ouvimos nestas semanas de setembro amarelo as palavras “preservar a vida, defender a vida”, enfim a vida, o bem mais precioso que todos temos.

Uma grande oportunidade de olharmos com o olhar espiritual para irmãos e irmãs que passaram pela tentativa do suicídio e, logicamente, não lograram o êxito do desligamento da dor do corpo físico, pois iriam certamente estar conectados com uma dor muito maior, incessante, no plano espiritual. 

Dentre os depoimentos doloridos de alguns familiares, pudemos constatar também depoimentos felizes de outros familiares que conseguiram, em tempo, detectar a depressão no seu ente caro e o acolher com amor, sem cobranças, sem apontar defeitos, sem discriminá-lo como um preguiçoso. Aí ficamos na reflexão do potencial que todos temos de valorizar a vida, a nossa e a dos que amamos, a vida da comunidade, da cidade, do planeta. A vida que nos rodeia, de animais, de plantas, flores, a vida em abundância, como dizia Jesus. Ele, Jesus, sol maior de nossas vidas, nos convida a preservar a natureza própria, a nossa vida, preservando e cultivando o amor dentro de nós.

Ouvi o depoimento de Marcella, uma linda garotinha de apenas oito anos de idade que, sendo educada na casa espírita, conseguiu lidar com o bullying na escola, que ela, usando óculos muito fortes, de aparência pesados, por conta da quase cegueira, recebia da parte de algumas crianças, que não receberam a educação fraterna no lar adequadamente, não aprenderam a ter respeito e se uniam entre algumas que são afins, para o bullying contra outras crianças.

Marcella me contou que ela não desistiu de se aproximar dessas outras meninas e meninos, sempre com um sorriso, sem revidar às ofensas, pois aprendeu desde o berço a respeitar, a perdoar e a entender que o bem sempre vence, como sempre ensinam seus pais, espíritas cristãos. Tanto Marcella fez, que as outras crianças não só desistiram do bullying como viram em Marcella uma líder do bem, uma criança que tinha palavras lindas em todas as ocasiões, que sempre estava serena, não mostrava pânico, como algumas crianças, em algumas situações, como os dias com trovoadas.

Marcella tem uma explicação para tudo. E não se acanha em falar aos amiguinhos e convidá-los para irem com ela ao Centro Meimei, onde podem livremente aprender sobre o professor amigo Jesus.  As crianças ficaram curiosas e duas famílias atenderam às solicitações de seus filhos e foram conversar com o pai de Marcella sobre o que e como ensinavam, qual a educação que Marcella recebia, para conseguir em tão pouco tempo reverter a classe escolar tão ruidosa e buliçosa, bem como as crianças intransigentes que se tornaram ouvintes de Marcella e seu conteúdo de paz.

Fico aqui pensando neste setembro amarelo, da importância de, desde a tenra idade, darmos a devida atenção, além da instrução, a verdadeira educação da moral e ética da vida, dentro das leis divinas que tanto nos ensinam, aos nossos pequeninos. (*)

E que sejam as crianças frutos dos bons ensinamentos educativos de pais e mães em todas as terras daqui e de além-mar.

(*) O presente texto foi escrito em setembro para esta edição do jornal “O Imortal”.

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Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é presidente da BUSS - British Union of Spiritist Societies.



Comentário

1 Comentários

  1. Elsa. Maravilhoso texto. Como as boas influências fazem muito bem. Lendo o texto lembro de quando Chico Xavier foi obrigado pelo seu pai a ir no prostíbulo. Ele conseguiu que as pessoas que lá estavam orassem com ele. Fantástico e emocionante essa passagem .