O papel da mediunidade com Jesus - Rogério Coelho

Humildade, devotamente e abnegação - eis como granjear a simpatia dos bons Espíritos

“Não há mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado a propagar, sob a inspiração das potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a fazer ouvir aos homens o atenuado eco dos divinos convites, incitando-os à luz e à perfeição.”  -  Léon Denis[1]

Ensina o singular missionário de Foug1: “(...) certas pessoas - erradamente - consideram a mediunidade um fenômeno peculiar dos tempos hodiernos. Mas, verdadeiramente a mediunidade é de todos os tempos e de todos os países. Desde as idades mais remotas existiram relações entre a humanidade terrestre e o Mundo dos Espíritos.

Se interrogarmos os Vedas da Índia, os templos do Egito, os mistérios da Grécia, os recintos de pedra da Gália, os livros sagrados de todos os povos, por toda parte, nos documentos escritos, nos monumentos e tradições, encontraremos a afirmação de um fato que tem permanecido através das vicissitudes dos tempos; e esse fato é a crença universal nas manifestações das Almas libertas de seus corpos terrestres. Veremos essas manifestações associadas de um modo íntimo e constante à evolução das raças humanas, a tal ponto que são inseparáveis da história da humanidade.”

A MEDIUNIDADE DEVE SER PRATICADA SANTAMENTE, RELIGIOSAMENTE...

Ensina o Missionário de Lyon[2]: “quem conhece as condições nas quais os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz necessária para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos Superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom-senso repele semelhante ideia. Não seria - também - uma profanação evocarmos por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? É fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores - nada escrupulosos - sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual.

Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.”

Em uníssono com Kardec, Léon Denis denuncia1: “(...) muitos médiuns procuram, no exercício de suas faculdades, satisfações de amor-próprio ou de interesse. Descuram de fazer intervir em sua obra esse sentimento grave, refletido, quase religioso, que é uma das condições de êxito. Esquecem - muitas vezes - que a mediunidade é um dos meios de ação por que se executa o plano divino, e que ele não tem o direito de utilizá-la ao sabor de sua fantasia.

Enquanto se não tiverem compenetrado os médiuns da importância de sua função e da extensão de seus deveres, haverá no exercício de suas faculdades uma fonte de abusos e de males.

Os dons psíquicos, desviados de seu eminente objetivo, utilizados para fins de interesses medíocres, pessoais e fúteis, revertem contra os seus possuidores, atraindo-lhes, em lugar dos gênios tutelares, as potências malfazejas do Além.

Fora das condições de elevação de pensamento, de moralidade e desinteresse, pode a mediunidade constituir-se um perigo; ao passo que tendo por fim firme propósito no bem, por suas aspirações ao ideal divino, o médium se impregna de fluidos purificados; uma atmosfera protetora se forma em torno dele, o envolve, preserva-o dos erros e das ciladas do invisível.

E se, por sua fé e comprovado zelo, pela pureza d`Alma em que nenhum cálculo interesseiro se insinue, obtém ele a assistência de um Espírito de Luz, depositário dos segredos do Espaço, que pairam acima de nós e projetam sobre a nossa fraqueza as suas irradiações; se esse Espírito se constitui seu protetor, seu guia, seu amigo, graças a ele sentirá o médium uma força desconhecida penetrar-lhe todo o ser, uma chama lhe iluminar a fronte. Todos quantos tomarem parte em seus trabalhos, e colherem os seus resultados, sentirão reanimar-se-lhes o coração e a inteligência às fulgurações dessa Alma superior; um sopro de vida lhes transportará o pensamento às regiões sublimes do Infinito.”

 


[1] - DENIS, Léon. No invisível. 19.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2000, 1ª. parte, cap. V.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XXVI, item 8.



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