Alarme estridente

A epidemia de dengue em Londrina e no Paraná tomou proporções muito intensas. A Folha de Londrina publicou que há 800 notificações de dengue por dia no Paraná, neste verão chuvoso. Ao se adentrar as unidades de saúde, depara-se com um cenário de causar espanto. Corredores lotados de pessoas tomando soro na veia. Onde exista um espaço para tal, há pacientes com soro na veia. Os profissionais de saúde, exaustos, tentando salvar vidas, sobrecarregados com o excesso de trabalho.

Conversando com os pacientes, as frases são repetitivas: - Eu cuido, mas há vizinho que não cuida. Eu limpo tudo de acordo com as orientações da saúde, mas há no quarteirão acumuladores, que deixam lixo a céu aberto.

Não é preciso ir longe. Nessas áreas onde a quantidade de doentes é maior, lixo há verdadeiramente a céu aberto, e em fundo de vale principalmente. A prefeitura limpa todos os dias e todos os dias o lixo novamente se acumula.

Nos meses de janeiro e fevereiro, quase todos os anos a mesma coisa. Excesso de chuvas, enchentes, deslizamentos, mortes devido a isso. Todos os anos isso sucede, mas a intensidade das chuvas está aumentando.

A Austrália enfrentou incêndios tão devastadores que quase extinguiu sua fauna e agora está debaixo d’água também.

A Antártida, no Polo Sul, vê o aumento preocupante de temperatura. Subiram os termômetros para inusitados 18 graus, acima de zero.

A Terra pede socorro. Aqueles que negam a ação humana devastadora, devido à ambição e ao egoísmo dos homens, não podem mais negar. Estamos sofrendo aquilo que as mãos ambiciosas plantaram e continuam plantando. Doenças aparecem como o coronavírus, que ainda não chegou ao Brasil e esperamos que não chegue, mas o tempo é que dirá. Aqui se morre de dengue, o que não precisaria acontecer se cada um fizesse sua parte no que é correto.

Sem alarmismo, mas com a visão de quem está observando os fatos, é hora de despertar para o socorro que se faz necessário e é urgente. O planeta pede socorro. A Terra está ferida.

Vemos no livro Obras Póstumas, no texto Egoísmo e Orgulho, que a caridade e a fraternidade resumem todas as condições e deveres sociais, mas reclamam abnegação, que é, porém, incompatível com o egoísmo e o orgulho, vícios que impedem a fraternidade, a igualdade e a liberdade.

Ali vemos o comentário de que faz gosto proclamar o reino da fraternidade, mas de que serve, se vai de par com uma cauda de destruição? É construir na areia. É o mesmo que alguém procurar um país insalubre para restabelecer a saúde.

Se quisermos que os homens vivam como irmãos, não basta dar-lhes lição de moral; é preciso destruir a causa e atacar a origem do mal: o orgulho e o egoísmo.

Amar, o primeiro passo. Instrução, o segundo. Compreender que somos humanidade. Um planeta, um lar. O alarme avisa.



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