Silêncio e prece

Nesses dias dolorosos da humanidade, em que um vírus obrigou as pessoas a se restringirem nos movimentos, enquanto aguardam melhores e auspiciosas notícias, preservando a si mesmos e aos seus, a hora é do grande silêncio. Silenciar o interior e usar os momentos de solidão para o autoconhecimento. 

A despeito da dificuldade de uma grande parte em aproveitar para se melhorar na intimidade, quando então desavenças e desuniões explodem, uma grande parte também aproveita para meditar e orar, viver com profundo amor em companhia mais intensa com os seres amados.

Quando muitos templos de pedra se fecharam no mundo, ante as determinações das autoridades, tentando preservar a vida, lembramo-nos de Jesus, no diálogo com a mulher samaritana, quando, no capítulo 4 do Evangelho de João, versículos 23 e 24, ele disse: “Mas vem a hora - e é agora - em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”.

As pessoas estão orando umas pelas outras em intensidade e número jamais vistos antes, numa união de orações pelo mundo todo. De dentro dos lares, clamam os corações em preces por todo o planeta.

Com relação aos círculos de oração, vemos de F. Labouriau, psicografado por Chico Xavier e inserido no livro À Luz da Oração, o comentário de que membros do grupo de orações funcionam como eletroímãs, carregados de forças magnéticas positivas e negativas, constituindo uma corrente alternada de alta frequência, através da qual o socorro do plano superior, transmitido por intermédio do dirigente físico, exterioriza-se como sendo um projétil de luz sobre o desencarnado em sombra que, simbolizando o núcleo atômico a ser atingido , permanece justaposto ao alvo mediúnico.

Considerando o atual momento da humanidade e a informação de que todos somos mais ou menos intensamente médiuns, nesta hora de orações por toda a parte cada um que sintoniza nesse processo é, ao mesmo tempo, dirigente de si mesmo e médium coletivo, no bem comum, envolvendo a Terra e os desencarnados em sombra com uma intensa e luminosa radiação. Poderíamos dizer que cada um é seu próprio templo, seu dirigente e seu médium, nessa força coletiva que se avoluma em preces uns pelos outros.

Ainda da mesma psicografia de Chico Xavier, F. Labouriau comenta que consciências estagnadas nas trevas da ignorância ou da insânia perversa são trazidas à retorta mediúnica para receberem o bombardeio controlado de forças e ideias transformadoras que lhes renovam o campo íntimo, e nasce daí a guerra franca e sem quartel declarada a todos os grupos respeitáveis do Espiritismo, pelas inteligências que influenciam na sombra e fazem do vampirismo sua razão de ser.

Simbolicamente, somos todos médiuns e o planeta, independente da crença religiosa de cada um, é grande centro de socorro aos irmãos que teimam no mal, quando Jesus determina as mudanças necessárias para a regeneração.

Vigilância e oração, com mais intensidade ainda – é disso que precisamos. Os ataques ao bem são inúmeros, mas tudo passa.

O amor vencerá.



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