Esperança e Natal

“Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na Terra aos homens, que Ele ama!”
(Lucas, cap. II, v. 4)

Eis que chega novamente Dezembro! As esperanças se renovam. As cidades se engalanam, enfeitando-se de luzes e de árvores coloridas. O mês mais lindo do ano, quando a vibração de amor se torna maior e as pessoas costumam exercitar mais a fraternidade, dispostas a partilharem mais umas com as outras. É como se Jesus se aproximasse um pouco da Terra e seu amor envolvesse mais as pessoas.

A dor cobriu a Terra nessa doença difícil que foi a Covid e que ainda não passou, pois fala-se de uma quinta onda na Europa e preocupa muito o aumento de casos da doença lá, a ponto de a previsão da Organização Mundial de Saúde não ser das melhores por lá. Fala-se ainda em muitas mortes, até fevereiro. Que pena! São ensinamentos que nos vêm com sofrimentos profundos.

Muitos aprenderam. Exercitaram o amor e a fé neste ano que ora finda. Tivemos oportunidade de ouvir histórias emocionantes de amor e de despedidas. Muita dor, mas muita fé e muito amor. O amor cresce entre os homens, a solidariedade foi mobilizada.

A vacina trouxe muita esperança, mas é preciso que nós nos melhoremos mais, para que o mal desapareça do mundo. Enquanto não tivermos amor suficiente e a violência e a agressão ainda persistirem, precisaremos de ensinamentos de dor, para despertarmos o amor que jaz adormecido em nós.

Vimos muitos se erguendo em trabalho operoso de auxílio ao próximo, durante a pandemia. Nunca vimos tanta solidariedade! Neste ano, em nossa própria casa espírita, um centro espírita pequeno em Cambé, Alvorada Nova, tivemos a oportunidade de distribuir sacolas de mantimentos, recheadas, com legumes, frutas, macarrão, açúcar, leite, óleo, arroz, a cerca de 110 famílias necessitadas recebendo toda a semana, aos sábados. Pessoas trabalhadoras, cuja renda era insuficiente para manter suas famílias. Pessoas que perderam seus empregos. Necessitados variados. Os trabalhadores voluntários se mobilizaram e levavam e ainda estão levando as sacolas de casa em casa para os beneficiados, para se evitar aglomeração em tempos de pandemia.

Quando esta pandemia começou, nós voluntários pensamos: como faremos para manter o trabalho? Não era fácil. Muitas vezes, antes disso, nos postamos em portas de supermercados, com o aval dos gerentes, a solicitar auxilio com mantimentos não perecíveis. Várias vezes tivemos que fazê-lo, para socorrermos nossos irmãos. Para nossa surpresa, durante a pandemia, nossas preocupações foram mínimas. As pessoas nos procuravam, para espontaneamente servir e, durante este ano, as sacolas foram polpudas. Não faltaram nem mesmo presentes no dia das crianças, para os filhos dos assistidos. Até material escolar para distribuirmos, recebemos. Que bênção! A solidariedade cresceu!

Muito emocionante também o foi para nós observarmos muitos dos assistidos, que nos procuravam agradecidos, dizendo que não precisavam mais das sacolas, pois tinham arrumado emprego e melhorado de situação e então estavam deixando a sacola para quem necessitava mais.

Costumamos dizer que quem aprendeu a fazer o bem e se deixou envolver pela solidariedade nesta época de Covid, nunca mais vai parar de fazer o bem, ainda mesmo que tudo volte à normalidade, pois o amor é contagioso e o bem faz bem. Quem o exercita cada vez quer fazer mais, pois se sente agraciado de bênçãos.

O amor cresce na Terra e a esperança de vermos um mundo melhor no amanhã também cresce em nossos corações.

Dezembro, mês do Natal, mês em que observamos gestos de fraternidade em toda a parte! A presença de Jesus fica mais intensa. Abençoado Jesus!

Agradecemos a todos aqueles nossos irmãos que abrem seus corações para mitigar a angústia daqueles que, sem pão, desejam socorrer seus estômagos famintos e sentem esperança no amor quando são socorridos.

A todos o nosso desejo de esperança em dias melhores que virão, pois Jesus está conosco e Deus nunca nos abandona. A todos, nosso desejo de um Natal com muito amor e oração, muita união e paz.

Encerramos nossas humildes palavras, com Carmem Cinira, pela psicografia de Chico Xavier, do livro À Luz da Oração, Prece de Natal:

Senhor, desses caminhos cor de neve,

De onde desceste um dia para o mundo,

Numa visão radiosa, linda e breve,

De amor terno e profundo,

Das amplidões augustas dos espaços,

No teu natal de eternos esplendores,

Abriga nos teus braços

A multidão de seres sofredores!

Que em teu nome

Receba um pão o pobre que tem fome,

Um trapo ao nu, ao aflito uma esperança.

Que em teu Natal a Terra se transforme

Num caminho sublime, santo e enorme

De alegria e bonança!

Apesar dos exemplos de humildade,

Do teu amor a toda a humanidade

A Terra é o mundo amargo dos gemidos,                  

De tortura, de treva e impenitência.

Que a luz do amor de tua providência

Ampare os seres tristes e abatidos.

E em teu Natal reunidos nós queremos,

Mesmo no mundo dos desencarnados,

Esquecer nossas dores e pecados,

Nos afetos mais doces, mais extremos,

Reviver a efeméride bendita,

Da tua aparição na Terra aflita,

Unir a nossa voz à dos pastores

Da estrela de Belém

Lembrando os milagrosos esplendores,

Pensando em ti, reunindo-nos no bem,

Na mais pura e divina vibração,

Fazendo da humildade

Nosso caminho da felicidade

Estrada de ouro para a perfeição.



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