Doloroso aprendizado

Precisamos retirar preciosas lições de acontecimentos infelizes, para que um aprendizado eficaz se faça. No último editorial, mencionamos o planeta em dor, pedindo socorro aos filhos que abriga, os quais, movidos por ambições, não têm conseguido ouvir os apelos da mãe natureza, que se fazem cada vez mais intensos e profundos, em fenômenos que estão ocorrendo a nível mundial, a ponto de não mais se poder duvidar da realidade do aquecimento global.

Dores acentuadas se fazem crescentes. A situação ocorrida em Brumadinho, Minas Gerais, muito comentada na mídia, serve para a nossa meditação.

Como extrair do sofrimento lições?

Como enxergar o remédio no meio da aflição?

Como ver o mal redundar em bem?

O desastre, muito bem detalhado nos meios de comunicação, mostra bem a dificuldade do ser humano em enxergar as necessidades do planeta que sofre e, por conseguinte, faz-nos sofrer também, pois este é o lar que nos foi dado por Deus para a nossa encarnação humana.

Como entender que um mal pode acarretar num bem?

No meio dos escombros, dos corpos inertes, da lama, das lágrimas, uma ação incendiou as emoções, ação que é ensinamento para toda uma nação que tem estado adormecida em muitos quadros de egoísmo de seus filhos: a solidariedade e o amor ao próximo.

Foi dignificante ver as pessoas dedicarem seu tempo, sacrificar-se, virem mesmo de terras distantes, com o intuito de ajudar, de minorar as dores, de manter esperanças.

Orações se elevaram a Deus, mãos se levantaram para auxiliar. De todas as partes o socorro se fez. Solidariedade, fraternidade, que nos fazem pensar que o ser humano, afinal, realmente está evoluindo. Temos esperanças num mundo melhor amanhã.

Onde há dor, há quem lhe escute os apelos e se coloque na posição do servo, por ter ouvido Jesus, que pediu que aqueles que quisessem ser seus seguidores, que amassem uns aos outros, como ele nos amou.

Milhares de lágrimas diariamente vertem dos olhos de muitos em toda a Terra. São situações de sofrimentos inenarráveis, cujo quilate ainda não temos condições de analisar. Mas, verdade seja dita, enquanto o amor não se estabelecer no planeta, muitas chagas ainda veremos nas almas.

O amor lentamente se instala e dores volumosas como as que observamos por esses dias chamam a atenção. Oramos para que as lições sejam aprendidas, a natureza mais respeitada, pois sem ela como ficaremos? Não ficaremos.

Brumadinho foi um grito lancinante, como outros que já passaram e silenciaram.

Urge ouvir os gritos. Mudar de atitude. Pensar no bem e no respeito que se deve ao próximo. Colocar-se no lugar do próximo.

Quantos gritos mais ouviremos até que o despertar chegue? Esperamos que ele tenha chegado, que tenha sido ouvido o clamor e que o doloroso aprendizado tenha sido feito em todos os sentidos, para que o amor ao próximo verdadeiramente vença o egoísmo.

Que as lições dos heróis solidários que lá passaram não se afastem de nossa memória.

O bem há de vencer quando a fraternidade se agigantar. Há muita dor anônima precisando de amparo. Os desastres ocultos e silenciosos pedem mãos operosas no bem.

 

Fotos: Portal de notícias R7 / André Ávila Agencia RBS / Ricardo Stuchert / Portal Jornal CGN



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