Aspiração - Maciel Monteiro

Cansei-me, enfim, Senhor, das grandezas terrenas!...
Verdugo, comandei por séculos sem data,
Da tirania cita ao fastígio sarmata,
Das cidade do Nilo aos muros de Micenas...

Dos conselhos de Esparta aos galarins de Atenas,
A púrpura adornou meus brasões de ouro e prata...
Depois, rolei no pó da ambição insensata.
Das conquistas de Roma às iras sarracenas!...

Hoje, aspiro a olvidar o orgulho, o fausto, a glória,
Reencarnar-me e sofrer na carne transitória,
Aprendendo a ser brando, humilde e pequenino...

Quero dar-te, Senhor, entre os dons que procuro,
Um coração de servo em sentimento puro,
Nas preces virginais da crença de um menino!...

Poesia retirada do livro "Poetas Redivivos" de Francisco Candido Xavier (Espíritos diversos)
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MACIEL MONTEIRO, 2º Barão de Itamaracá, médico, jornalista, diplomata, político, orador e poeta, nasceu em Recife, PE, em 30 de abril de 1804, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 5 de janeiro de 1868. É o patrono da cadeira nº 27, por escolha do fundador Joaquim Nabuco.



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